quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Os imprevistos

Li em algum lugar que a pesquisa em Gerenciamento de Projetos tem um viés positivista. No contexto, o autor queria dizer que a literatura da área parte do princípio de que se forem aplicados corretamente todos os princípios, os bons resultados são garantidos.

Quem lida com gerenciamento no dia-a-dia discorda completamente desta ideia.

Releio o post anterior e lembro disto.
Porque a nossa ilusão de controle não passa disso: uma ilusão.
O planejamento e a preparação têm valores claros. Mas não são garantia. Não são certeza.

Sempre há fatos que não conseguimos prever, mudanças até então inesperadas, dados que ignoramos anteriormente (e que agora se mostram relevantes). Sempre há assimetria de informação.

E aí nos resta fazer o melhor que podemos.
E deixar que as coisas sigam seu curso.

Ainda não dormi.
Mas já sei o que fazer.

Um dia ruim: linhas de pesquisa, assimetrias e afins

Hoje estava sendo um dia bastante produtivo.

Depois de vasculhar dúzias de artigos estrangeiros e nacionais nos últimos dias, finalmente havia conseguido encadear as ideias com um mínimo de coerência, sintetizando perspectivas, questões em aberto, desafios. E claro, minha paixão.

E aí envio o resultado deste brainstorming para a orientadora-de-todas-as-horas. O feedback é aquele que sempre recebo dela na primeira versão de um escrito: ainda não está acadêmico, falta incluir isso ou aquilo, e o clássico "não está claro!".

Mas, no final, veio a pergunta que me desmontou: isto está alinhado com a linha? Há professor para orientar?

Bem, teoricamente sim. Só que apenas um. Que, como qualquer um, tem toda a possibilidade de acordar no dia da seleção com pensamentos diferentes e não se interessar mais.

E depois ouço falar de outro professor, de outra linha, que teria grandes chances de orientar o tema. Olho o currículo dele novamente, já sob a ótica do trabalho que penso em desenvolver, e vejo as coisas se juntando. Mas não é possível mudar de linha, há apenas a remota chance de sobrar vagas e haver remanejamento.

(Detalhe que eu já havia passado por algumas horas de angústia em relação à divisão de professores dentro da mesma linha).

Então agora estou extremamente chateada por ter focado inicialmente em apenas uma linha de pesquisa, ligada à tecnologia. Fiz isso por causa da minha formação (que não é em Administração) e pela referência de outros professores que já passaram por ela. Poderia ter confiado mais em minha capacidade de enfrentar mais concorrência, e olhado para as outras.

Poderia ter até tentado em outras instituições.

Se eu tivesse achado o vestido antes...

A possibilidade de ver tudo o que fiz ser desperdiçado agora me assusta. E não é por "não passar". Isto nunca foi problema: sempre existe o ano que vem, sou concurseira, sei o que é se preparar e não conseguir.

O que me devasta é pensar que tudo pode estar em risco também por assimetria de informação. Eu não sabia o suficiente sobre as linhas, sobre os professores. Embora tivesse lido tudo o que havia no site do programa, vasculhado currículos Lattes diversos, são quase 30 professores.

E avaliar um currículo não garante nada (nem estou falando do risco de informações desatualizadas). Também é altamente recomendável conhecer orientandos e ex-orientandos.

Antes havia uma fase onde os professores se apresentavam e falavam sobre suas pesquisas. Ao que parece, isto não existe mais. Ou se existe, não apareceu no site.

E eu pergunto: por que!?!

Bem...pode ser que tudo se encaixe da maneira A, na linha em que já estou e pronto. Todos felizes.
Pode ser que haja remanejamentos. Ou uma série de outros acontecimentos que não tenho como prever e que estão absolutamente fora do meu controle.
Ou pode ser que não.

Por hoje não sei o que faço.
Vou tentar dormir, porque o dia amanhã vai ser longo.
Espero sinceramente que seja menos agitado.

domingo, 19 de outubro de 2014

"ser mestre" ou "fazer mestrado"?

Dica rápida para quem é companheiro de jornada: em vez de querer fazer mestrado, pense em se tornar um mestre. Formalmente, quem conclui um mestrado é um mestre. Mas há mestres sem mestrado, e mestrados por formação que não são mestres. E isso não sou eu quem diz: é o Prof. Jacques Sauvé.

Neste ponto acho válido expandir a visão de "mestre acadêmico" e convocar outras imagens de mestres. Pensemos em Jesus, Buda, Yoda, Sr.Miagi. O mestre é alguém com conhecimento elevado, mas com humildade para ensinar, compartilhar, trocar. Fixar essa imagem na mente pode te ajudar a evitar surtos de arrogância, prepotência e auto-suficiência (tão comuns por aí, e um dos entraves à boa ciência).

Para mim, fazer mestrado significa ser aprovado numa seleção, cursar disciplinas e produzir uma dissertação sobre um determinado tema. E ponto. Todos os que conseguirem isto terão um diploma de um curso de mestrado.

Só que quando pensamos em mestres, pensamos em transformação, inovação, inspiração...esperamos mais.

Qual pensamento nos levará além? Qual imagem mental será mais poderosa?

E é por isso que o nome deste blog é "quero ser mestra".

Claro que aqui estou falando apenas de uma habilidade "soft". Um mestre no sentido acadêmico deve saber resolver problemas não-triviais sozinho, aplicar metodologias adequadas corretamente e uma série de outras coisas. Mas acho que a atitude e o comportamento jamais deveriam ser negligenciados.

E sim: sou idealista (porém prática), apaixonada (porém racional) e otimista (porém lógica).

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Achei: ativismo digital e cyberfeminismo

Um dos meus pecados inconfessáveis é que me divirto assistindo "O vestido Ideal", no Discovery Home & Health. Antes de conhecer o programa, nunca havia pensado em quanta expectativa e dificuldade existe na escolha de um vestido de noiva (ah, as construções sociais...). E quando elas finalmente encontram aquele que enxergam como ideal, é como se o semblante inteiro se iluminasse, e fosse impossível esconder o sorriso.

Estou exatamente nesta situação em relação ao pré-projeto. Andei, andei, andei. No começo era BI, Datawarehouse, Processos de Negócio. Depois, Gerenciamento de Projetos. Aí chegou a gestão de Micro e Pequenas Empresas. E então, o Empreendedorismo, a Educação Empreendedora e seu filho muito amado: o Empreendedorismo Social. Foi a vez da Inovação Social. Há duas semanas, chegaram a Economia Criativa e seus Estudos Culturais.

Entrei em todos. Coletei material. Redigi várias linhas. Eu tentei. E com dois ou três, ainda quero aprofundar relações.

Mas ouvir sobre Ativismo Digital ontem foi lembrar da luta pelos direitos da mulher, das crianças, dos gays, dos pobres. E lembrar de como tudo isso mexe visceralmente comigo. Tanto que hoje à tarde gastei pelo menos 1h debatendo sobre mulheres e Tecnologia, pelo Facebook. Ou seja, ainda não conheço o conceito da academia, mas é bem provável que eu seja uma ativista digital.

Sou mais do que isso. Sou uma ciberfeminista.
E é sobre isso que vou escrever.

Se vai ser aceito ou não, é questão de eu conseguir encaixar o pré-projeto no que já existe na linha de pesquisa, e da opinião da banca. Mas...isso é o de menos.

O que interessa é que finalmente eu achei o meu vestido.

Por que mestrado em Administração?

Já me perguntaram mais de uma vez porque quero fazer mestrado em Administração, em vez de continuar na Computação.

Anos atrás, quando comecei a pensar sobre o mestrado surgiram ideias variadas sobre a área. Poderia ser em Computação (óbvio), em Administração (sempre trabalhei na parte comercial/administrativa das empresas), em Ciências Sociais (acho instigante compreender o ser humano, a sociedade, as "grandes questões"), em Filosofia da Ciência (as leituras sobre o conceito e história da Ciência me deixavam - e deixam - empolgada).

Aí escolhi as opções mais óbvias: Administração ou Ciências da Computação (embora ainda queira as outras duas...)

O meu interesse pelo campo da Administração vem da experiência profissional: nunca trabalhei no CPD/TI/etc. Sempre trabalhei na área-fim das empresas, e utilizava a computação como um meio. E então vi na prática que a tecnologia por si só não muda nada: as pessoas é que mudam. Havia sistemas que poderiam ser implantados para facilitar o trabalho, e não o eram por pressões políticas, má-vontade administrativa, miopia gerencial, etc.

Para eliminar as dúvidas, lembro que fui aos sites de alguns programas de pós-graduação em Computação, explorando os temas. Nenhum me fazia ficar empolgada. Na lista de Administração, tudo me dava brilho nos olhos.

Então, decidi: pós-graduação em Administração.

E hoje, por acaso, descubro um texto de Aktouf, que defende a presença de pessoas com formação diferenciada nos programas de Administração:

"(...) eu acredito que os alunos de pós-graduação em administração, os quais vejo como futuros administradores e professores-pesquisadores deveriam ter uma formação de base de administração diferenciada. Deveriam idealmente ter uma formação dentro de outras disciplinas como a filosofia, medicina, matemática ou ainda teologia. Uma pessoa que já tem uma graduação em administração e que quer continuar em uma pós-graduação no mesmo campo não faz outra coisa que correr em círculo, penso eu. Serão, eu acredito, as pessoas vindas de um universo mental muito diferente, o mais afastado possível da administração, as que farão avançar as coisas."

Era o estímulo de que eu precisava hoje.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Congressos acadêmicos, dificuldades e possíveis soluções

Publicar trabalhos em congressos parece ter se tornado algo menor, ultimamente: a atenção está mais voltada aos periódicos. Emplacar um artigo num "journal" pontua mais em processos seletivos...

Uma das razões que ouvi para esta desvalorização é a de que viajar para congressos é caro, então pessoas com menor condição financeira (bolsistas!!!) fatalmente perdem oportunidades de publicação por não conseguirem arcar com as despesas da viagem.

Achei válido o argumento.

No entanto, ir para eventos significa conhecer pessoas, trocar ideias e explorar novos lugares. Então, em vez de simplesmente relegar isto a segundo plano, poderíamos pensar estratégias para democratizar o acesso.

Para começar, acho que todo evento acadêmico deveria estar no Facebook, e ao se inscrever, você deveria ser convidado a curtir a página. O simples fato de poder ver uma lista das pessoas que estarão no evento já é uma porta aberta para lançar um tópico despretensioso, como "Alguém de RJ(AL/SP/RR...)?". E aí sempre há uma resposta que pode render alguém pra dividir táxi, hospedagem, ou ao menos fazer companhia nas refeições.

Fiz isto no CNEG: havia uma página bem modesta no Face, e lá uma pergunta "Alguém do Sul?". Respondi: "Tem do Nordeste: serve?". Então comecei um bate-papo com a Larissa, que virou companheira de viagem.

Agora vou para o Enangrad. Como não conheço Belo Horizonte, fui em busca da minha primeira opção de hospedagem: a rede Ibis Budget. Os quartos são pequenos, mas confortáveis e limpos. Penso neles como o equivalente hoteleiro do McDonalds: nada de mais, exceto a garantia de padronização em qualquer lugar. A diária fica em torno de R$ 130,00. Este preço é único, mas o quarto acomoda até 3 pessoas.

E aí vem o que me chateia: não conheço ninguém que vai para o Enangrad. Vou pagar por um quarto que poderia, em tese, ser dividido com alguém de confiança, reduzindo os custos.

E há uma alternativa ainda mais interessante: o CouchSurfing. Fico surpresa em ver quantos não conhecem este serviço. Basicamente, é o seguinte: pessoas oferecem quartos, ou até casas/apartamentos completos, para hospedar. Sem custos. Só pelo prazer e satisfação de receber e conhecer gente.

Se utilizássemos o serviço, ou até criássemos um equivalente para os acadêmicos, não seria uma facilidade?

Quanto às passagens aéreas, não conheço muitas opções além de juntar pontos nos cartões de crédito e trocar por milhas (vale usar de pai, mãe, tio, irmão mais velho, etc...). Nosso país de dimensões continentais realmente dificulta um pouco as coisas. Fica uma sugestão: em vez de a organização dos eventos fazer parcerias apenas com hotéis (normalmente os mais caros), não seria possível alguma iniciativa com as companhias aéreas?

Em tempo - para mim, estes sites são velhos conhecidos, mas sempre tem alguém que começou a viajar agora e não conhece:

  • Booking: uso só para procurar hospedagem, mas ele também indica pontos turísticos, museus, restaurantes, etc;
  • Airbnb: semelhante ao Couchsurfing, mas aqui há valores envolvidos. Pessoas físicas alugam quartos, apartamentos e casas diretamente aos hóspedes. Acho interessante para grupos de 3 ou mais pessoas. Fiquei num flat alugado por lá durante o Rock in Rio 2013 e saiu muito mais barato que pagar diária em hotel.
  • TripAdvisor: é o melhor amigo dos viajantes. Traz avaliações reais e atualizadas de hotéis, pontos turísticos, restaurantes, etc. É possível comparar preços de hospedagem em vários sites ao mesmo tempo.  

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Onde estão as bibliografias comentadas?

Pode ter sido apenas azar.
Mas não acho bibliografias comentadas em português.

Acho perfeita a ideia de bibliografias comentadas (ou, em má tradução, "anotadas"): elas te dão o roteiro essencial sobre algum tema. Economizam tempo e esforço: você não precisa esperar que alguém te diga o que ler (orientador, colega, etc) ou gastar horas vasculhando as bases de periódicos, Scholar e outros. Lá estão os artigos e autores de referência: aqueles que provavelmente serão presença obrigatória no seu artigo, pré-projeto, monografia...

Também são chamadas de "leituras essenciais".

Quando procurar por elas, tente "seu tema" + "annotated bibliography" ou "seu tema" + "essential readings". Acredite: vai agilizar muito o seu trabalho. O chato é que...são em inglês.

Seguem duas bibliografias sobre os assuntos que me interessaram recentemente: Economia Criativa e Empreendedorismo Social.

E fica a pergunta: onde estão as bibliografias em português? Os professores não fazem? Os pesquisadores não utilizam? Eu não sei procurar?

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Solucionando a problematização

Uma palavra que encontro com frequência em todo e qualquer artigo que leio é problematização (e problemática, problematizar...). É um jargão. Pronto, falei (isto também é um jargão, típico da redes sociais).

E aí hoje cansei de olhar para estas palavrinhas, sendo utilizadas a torto e a direito e em circunstâncias diversas, e fui atrás do significado real.

Uma pesquisa rápida me fez chegar a este precioso artigo da Ciência Hoje, onde está a intuitiva explicação de que "problematizar é simplesmente fazer boas perguntas". É o processo de "desnaturalizar": olhar para uma questão, uma ideia, um acontecimento, e em vez de "achar normal", questionar as origens, causas, consequências. Isto já dizia outra fonte, baseada em Foucault.

Não, não fui a fundo nem vi mais detalhes. Mas já baixei um artigo mais detalhado sobre o tema: "O que é problematizar? Geneses de um paradigma", de Michel Fabre. Leio em breve.

Por enquanto já é suficiente saber que o que preciso fazer é aquilo que já faço desde que me entendo por gente: perguntar "Porquê? Para quê? Para quem?".

Claro que este é um processo longo, envolve técnica e aprendizado. É mais fácil elaborar uma boa resposta do que uma boa pergunta. Mas, como diz meu pai: comece com o conceito.

Então, agora quando leio "problematizando XYZ", traduzo mentalmente para "fazendo boas perguntas a respeito de XYZ, investigando origens, causas, etc...". Ficou bem mais fácil.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Sobre curiosidade e fontes alternativas de inspiração (pré-projeto)


Acho que uma das características mais desejáveis de uma pessoa é a curiosidade. Não aquela perniciosa, de saber futricas da vida alheia, de ser intrometido, invasivo. Falo daquela curiosidade que é típica da criança, que se surpreende com aquilo que para nós, crescidos, é banal. Aquela curiosidade de quem não está psicoadaptado ao mundo, e que Jostein Gaarder defende ardentemente no Mundo de Sofia.

É esta curiosidade que nos faz descobrir, criar, enxergar relações. Nas leituras sobre inovação, um pensamento que se destacou para mim foi o de que inovar nem sempre envolve coisas absolutamente novas. Pode ser simplesmente uma conexão nova, entre coisas já existentes.

Nesta linha, em algum dos vídeos que assisti hoje uma professora comentava sobre a fragmentação da Educação (salvo engano, Cláudia Leitão), e mencionava como a reintegração das partes, nos fazendo enxergar novamente o todo, é benéfica. Pelo que pude apreender do meio científico, à medida em que se avança, sabe-se cada vez mais sobre cada vez menos. Então, corremos o risco de não fazer conexões novas, porque não olhamos "do lado de lá".

Para mim, a gente tem que manter os olhos e a mente abertos, e receber estímulos variados. Na minha estante de leituras recentes tem livro sobre problemas neurológicos (O homem que confundiu sua mulher com um chapéu), o caos no marketing e na propaganda (Cenário de Caos) e os problemas do modelo de casamento atual (Profissão: Esposa). Decididamente, não sou linear.

Então, minha pesquisa exploratória de hoje começou lendo a última edição da Revista da Cultura (disponível online), que neste mês é dedicada à Educação. Nela vi um projeto fantástico, de um jovem profissional que largou o emprego numa empresa de marketing para se lançar numa viagem pelo Brasil, descobrindo ideias e soluções para a Educação. Sem patrocínio, sem apoio. Apenas raspou as economias e foi. O resultado do trabalho virou livro com a ajuda de crowdfunding. Mais sobre o projeto.

E aí, despretensiosamente, fui ao Google com três palavras apenas: "economia criativa" + "educação". Pronto. Caí no site da Escola São Paulo, instituição voltada à economia criativa que atualmente promove um fórum permanente de educação para a economia criativa. Na sequência, vídeos e mais vídeos, nomes de referência, etc, etc, etc.

Acho extremamente válido consultar periódicos quando se está elaborando um projeto de pesquisa. Afinal, é lá onde está a produção acadêmica atual. Só que o conhecimento não está apenas na academia e, definitivamente, não apenas na sua área de estudos. Achei iniciativas de Economia Criativa com o pessoal de Artes, Comunicação Social...até de Economia.

Então, o que quero com isso tudo? Primeiro, conseguir dormir, porque os pensamentos vêm e vão e tenho que levantar cedo amanhã. Segundo, falar de fontes de inspiração alternativas (além do periodicos.capes). Terceiro, deixar um lembrete para os tempos que virão, quando eu talvez fique imersa numa gota de água, sem enxergar sequer o copo, que dirá o oceano.

sábado, 4 de outubro de 2014

Agora é "na vera": inscrição ok!


Já comentei em textos anteriores que o dia-a-dia no mundo acadêmico segue o mesmo esquema da vida em geral: repleto de altos e baixos. Há dias em que os parágrafos fluem dos dedos com uma facilidade quase mágica, e aqueles momentos em que simplesmente estacionamos numa vírgula.

Esta semana me inscrevi na seleção do mestrado, na UFPE. Ao receber o comprovante da inscrição, o primeiro pensamento foi "ops, agora está ficando sério!". Não é só mais um plano, um pensamento, uma vontade. É concreto.

Conversei com professores no departamento, a impressão geral foi bastante positiva. A questão é que agora tenho 20 dias para finalmente escrever um pré-projeto pelo qual eu seja apaixonada, que interesse aos professores e ao "mercado da ciência". Tudo ao mesmo tempo: aquela área de intersecção que mostrei visualmente aqui.

A missão não é fácil e, sim, já passei por aqueles instantes de paralisia. Nada como uma amiga/orientadora para nos resgatar destes momentos. E nos fazer lembrar dos desafios que já ultrapassamos e tudo o que já aprendemos.

Vou mergulhar nos autores e termos novos que ouvi, fazendo um amálgama com o conhecimento que já tenho, e espero que desta junção resulte aquilo de que preciso: um bom pré-projeto, para mim, para a PROPAD, e para a pesquisa.

Que a Força esteja comigo. E com vocês.

Em tempo - "na vera" é uma expressão que vem da minha infância, que significa "é de verdade, é sério". Quando estamos fazendo algo só por diversão, é "na brinca". Gírias de crianças =)