terça-feira, 30 de setembro de 2014

O poder do compartilhar


Num mundo dominado por patentes e concorrência acirrada pode parecer utópico falar sobre compartilhar conhecimento.
Ainda vou falar mais deste assunto, mas por enquanto vou só contar uma experiência poderosa dos efeitos de compartilhar:

No começo, este blog existia por causa do meu sonho de entrar no mestrado. Hoje posso dizer que meu sonho de entrar no mestrado está cada dia mais perto por causa do blog.
Parece mentira, mas eu conheci a minha orientadora através dos textos daqui. Após escrever a série de posts sobre o teste ANPAD me veio a ideia de enviar o link para o Prof. Milton, que mantém um grupo preparatório para o teste no Facebook (e fisicamente, em Curitiba). Ele apoiou a ideia e divulgou no grupo.
Eis que no dia seguinte uma pessoa de lá abre um chat comigo no Facebook e pede mais detalhes de preparação, material, etc. Começamos a conversar, e descubro que ela está tentando o doutorado e já é professora federal. Eu achava que ia ganhar uma aliada na disputa pelo mestrado, mas acabei ganhando uma orientadora, a quem devo minha gratidão eterna por todo o auxílio e amizade nos últimos meses.

O meio acadêmico pode não ser o mais adequado para esta troca: há sabotagem, intrigas, disputa de egos. Sim, os cientistas são seres humanos como quaisquer outros, e o meio acadêmico é apenas outro sistema social. Com todas as qualidades e defeitos que lhe são pertinentes (embora eu sinta um pouco de miopia da ciência quando a questão é a autoanálise).

Ainda assim, fica o convite: compartilhe =)
Que a gente não seja como aquela música do Los Hermanos: "é a solução de quem não quer perder aquilo que já tem: fecha a mão pra o que há de vir".

E então, a 2ª apresentação de artigos


Há um tempo postei um texto sobre aquisição de habilidades: em 20h de prática você consegue atingir um nível razoável de destreza em praticamente qualquer tarefa.

Bem, ainda não tenho 20h de apresentação de artigos, obviamente, mas senti melhoras significativas nesta 2ª apresentação, desta vez no Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Eu já sabia que a plateia seria pequena (no máximo umas 20 pessoas), que os comentários dos professores que acompanham as apresentações seriam elogiosos (nada de destruir seu trabalho publicamente) e que as perguntas da audiência (raras), seriam tranquilas. Nada disso eu sabia na primeira vez.

Então, em vez de ensaiar tudo com dias de antecedência, bastou apenas fazer os slides na antevéspera (utilizando o mesmo esquema da apresentação anterior) e daí repassar o texto de abertura e as palavras de conexão entre os slides.

Explico melhor: quando ensaiei da primeira vez montei um texto de abertura que é basicamente o seguinte:

"Bom dia/boa tarde, meu nome é Rosa Lucena, e o trabalho que vou apresentar é sobre/é na área de XXXXX.  E quando se fala de XXXXX uma das primeiras perguntas que ocorrem é YYYYY. Bem..."

Para a apresentação do artigo sobre gerenciamento de portfólio, a pergunta era "Por que falar de portfólio de projetos? O que são projetos?", e aí eu explicava o conceito de projetos e justificava rapidamente a relevância do tema. Já neste segundo, a pergunta foi "Por que é importante falar de micro e pequenas empresas na graduação?" e em sequência expus a importância econômica deste segmento no país, e como a Educação Superior pode ajudar no sucesso delas.

Assim, adaptei o texto de abertura, e fui passando os slides um a um, identificando qual seria a "deixa" para o próximo. Por exemplo: num slide faço uma contextualização, e antes de passar para o seguinte digo algo como "dado este cenário, o problema que motivou este artigo foi...". Isto ajuda a não deixar a apresentação mecânica, lida.

Isto fiz na madrugada de véspera, ao som de Midnight, novamente (porque mexer em time que está ganhando??). E tudo correu bem. Nervosa, sempre fico, é claro, mas me senti mais firme do que na primeira vez. Também ajudou seguir a lição aprendida da primeira vez: ler o artigo inteiro pouco tempo antes da apresentação.

Ah, você não viu como foi a primeira?? Sente o drama: A primeira apresentação de artigo


domingo, 28 de setembro de 2014

Ah, a primeira apresentação de pôster (banner)


O trabalho que submeti para o CNEG foi aceito na modalidade pôster. De cara a gente sente aquela alegria imensa de ter o trabalho aceito (êêê!! mais pontos para a seleção!!), mas depois vem aquela sensação de "hmm...não estava tão bom assim...senão iria para apresentação oral". Bom, deixei a sensação para lá e fui cuidar de preparar o material.

E aí vem a primeira desvantagem de apresentar banner: você tem que encomendá-lo a uma gráfica. Sim, sei de congressos onde o pessoal imprime o material em várias folhas A4 e aí cola tudo no espaço reservado. No meu caso, esta não era uma opção, dado o nível do evento. E de qualquer maneira, segundo Fabiana, só se vê este tipo de "pôster" em eventos muito simples, como semanas de estudantes e afins.

Então, lá fui eu preparar o banner (de acordo com o modelo disponibilizado no site do congresso). Por causa da correria no trabalho, acabei preparando tudo 2 dias antes de viajar, o que me deixou com um prazo muito apertado para a confecção. Recomendo deixar na gráfica com pelo menos 3 dias de antecedência do dia necessário para evitar problemas. Acabei tendo que que recorrer ao meu irmão, que imprime projetos gráficos com frequência, para conseguir que a gráfica me entregasse em menos de 48h.

Como iria viajar de avião, ainda havia um outro problema: o banner tem partes de madeira, então (disse-me o funcionário da TAM) ele não pode embarcar como bagagem de mão - eu teria que despachá-lo no check-in. Podem imaginar como meu coração estava ao me despedir dele no balcão. Para protegê-lo, ainda tive que comprar um daqueles tubos de plástico, típicos do pessoal iniciante de arquitetura, engenharias, etc.

Em tempo: disse-me um amigo muito mais experiente em congressos e afins que basta abrir os tubos que compõem as extremidades do banner e retirar as tiras de madeira, despachando-as sozinhas, e então você pode levar o pôster dobrado consigo. Eu, como criatura inexperiente e desastrada, não me arrisquei. E não me arriscaria.

Continuando, lá fomos nós, eu e o banner, para o Rio de Janeiro. A apresentação foi no segundo dia de congresso, em Niterói, na UFF (Universidade Federal Fluminense...e se fala "uf", não "u-éfe-éfe", que se frise).

Apresentar banner é uma experiência muito semelhante àquelas feiras de ciência que a gente faz na escola, no primário: você fica lá em pé, parado do lado seu cartaz (pôster), rezando para que alguém apareça e para que você saiba responder às perguntas que vierem.

Eu achava que ia ser uma experiência angustiante, mas acabou sendo bem mais tranquila do que meus cenários sombrios previam (é, meu otimismo às vezes falha). A primeira coisa que te salva de 1h30 de tortura é conversar com as pessoas que estão expondo ao seu lado. No meu caso, a organização teve o cuidado de colocar os temas próximos lado a lado, então acabei ficando perto de uma mestranda que falava de gerenciamento de projetos. Daí nos juntamos a um funcionário da Petrobrás (e doutorando, salvo engano), que estava no espaço ao lado, e começamos as conversas, trocas de experiências, comentários. O tempo passou rápido.

Nesse meio tempo, sempre aparece alguém da banca para avaliar. Comigo foram dois: uma professora bem jovem, que tinha feito um trabalho semelhante e que fez comentários bastante pertinentes, e um professor já mais velho, que ouviu tudo o que eu disse com expressão de aprovação. Nada de bicho-de-sete-cabeças.

Terminada a hora e meia, é tempo de recolher o material e ficar aliviado. Eu estava na primeira rodada de apresentação, então se por um lado não havia muita gente na minha vez, eu fiquei liberada para ver trabalhos o dia todo. Houve até uma coincidência: no lugar em que eu estava, o pôster que se seguiu era de um estudante do IFAL, sobre hidroponia em São José da Tapera. A iniciativa me deixou feliz: esta é uma cidade paupérrima aqui de Alagoas, e toda iniciativa para melhoria de qualidade de vida da população é bem-vinda.

Resumo da pausa


Desde junho estou sem escrever no blog, mas a produção fora daqui foi intensa =)

Nesse meio tempo, minha submissão para o CNEG (Congresso Nacional de Excelência em Gestão) foi aceita (apresentação de banner) e escrevi dois trabalhos sobre Gestão de Micro e Pequenas Empresas e a ausência deste tema na graduação em Administração. Os dois foram aceitos: um no Congresso Internacional de Tecnologia na Educação e o outro no Enagrad. Para quem não tinha uma única publicação até abril desse ano, foi um grande progresso. =D

Esta semana devo me inscrever na seleção de mestrado da UFPE. E o mês de outubro será inteiramente dedicado à redação do pré-projeto. Que continuem os jogos!