tag:blogger.com,1999:blog-76477572279266687202024-02-02T19:44:55.103-03:00Quero ser mestraRelatos e vivências de ex-doutoranda em Administração.
Mas doutoranda não já é mestra?
Ora, num idioma em que Yoda, Buda e Jesus são mestres...talvez não.Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.comBlogger71125tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-50484195522782188972020-04-29T12:29:00.001-03:002020-04-29T12:32:13.616-03:00O plano de ensino - parte III (seleção de tópicos)Agora que você sabe do que se trata a disciplina e tem um livro-texto (ou mais) como referência, é hora de listar os tópicos que você vai abordar.<br />
<br />
<h3 style="color: #222222; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; margin: 0px; position: relative;">
<span style="font-size: large;">3 - </span>Selecione os tópicos que serão abordados</h3>
<div>
<br />
<div>
Aqui vale o seu critério, quanto à seleção de conteúdo. A ementa da disciplina, constante no PPC, e os capítulos do material escolhido podem ser usados como referência, assim como as dicas dos colegas. Na dúvida, siga seu coração e confie na sua formação intelectual.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
"Como assim, eu não tenho que dar tudo?" - eu diria que no mundo ideal, sim. Porém, a<span style="background-color: transparent;">o tentar montar os tópicos do seu plano de ensino, é mais provável é que você perceba que não haverá tempo para cobrir todo o conteúdo com a profundidade desejada. É o momento de fazer escolhas, decidindo o que você vai deixar de fora ou abordar de maneira mais superficial. Seguem algumas dicas para te ajudar nesta tarefa:</span><br />
<span style="background-color: transparent;"><br /></span></div>
<div>
<ul><span style="background-color: white;">
<li>Verifique se há conteúdos que já foram abordados antes, em outras disciplinas. Por exemplo, eu não ensinava Análise SWOT em Administração Estratégica porque os alunos estudavam esta ferramenta em várias cadeiras anteriores. Fazia apenas uma revisão;</li>
<li>Verifique se há conteúdos que serão abordados em disciplinas posteriores. Em Análise Organizacional decidi deixar de fora os tópicos de Estratégia e Processos, porque havia disciplinas específicas para estes temas nos semestres a seguir;</li>
<li>Pense em termos de relevância para os alunos – em uma ocasião, preferi deixar tempo para que eles desenvolvessem um projeto numa organização real, em vez de discutir em profundidade a questão das estratégias corporativas (típicas de grandes empresas). </li>
</span></ul>
</div>
<span style="background-color: white;">
</span>
<br />
<div>
<span>De forma geral, tenha atenção à quantidade de tópicos, para que você não precise “correr” ao longo do semestre. Nas disciplinas que lecionei, eu utilizava uma média de três dias (6 horas-aula) para cobrir cada um. Assim, daria para abordar, no máximo, 10 tópicos, utilizando aula expositiva/dialogada mesclada com atividades de interação. Este número pode variar conforme o método de ensino que você adotar.</span></div>
<span>
</span>
<div>
<span><br /></span></div>
<span>
<div>
Note que estou utilizando o termo <b>tópicos</b> e não capítulos. A palavra não é por acaso – a relação entre capítulos e tópicos não é necessariamente 1:1 (todo capítulo corresponde a um tópico e vice-versa). No início, você pode assumir que cada capítulo vai ser um tópico no seu plano, mas à medida em que for se familiarizando com a disciplina, vai perceber que é necessário fazer adaptações de vez em quando.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Aconteceu comigo em Administração Estratégica: quando chegamos ao tópico de Análise do Ambiente Externo, percebi que num único capítulo eram abordadas a análise PESTEL, o modelo de 5 forças de Porter e a análise de concorrência. Não havia a menor chance de eu conseguir explicar tudo aquilo em apenas 3 aulas (a não ser que eu apenas apresentasse as ferramentas, mas a ideia era que eles conseguissem aplicá-las). Assim, nos semestres seguintes, em vez de considerar “Análise do Ambiente Externo” como um único tópico, eu o dividi em três (“Análise do Ambiente Geral”, “Análise do Ambiente Setorial”, “Análise da Concorrência”).</div>
<div>
<br /></div>
<div>
O oposto também pode acontecer. Eu queria muito abordar as escolas descritivas de estratégia, para sair um pouco da ideia de que há fórmulas prontas para a estratégia. Porém, o conteúdo dos capítulos era denso demais para que eles pudessem compreender e aproveitar, além de tomar todo o tempo restante da disciplina. Assim, seis capítulos do livro Safári de Estratégia se tornaram um único tópico.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
Você pode estar se perguntando: mas três dias somente para um tópico? Isto não é muito lento?</div>
<div>
<div>
No começo desta seção eu comentei que no plano de ensino você define o ritmo da disciplina. E este vai ser o tema do próximo post.</div>
<div>
<br /></div>
</div>
</div>
</span></div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-48624696750392050452020-04-29T12:15:00.000-03:002020-04-29T12:17:21.658-03:00O plano de ensino - parte II (escolha de livro)Uma vez que compreendeu do que se trata a disciplina, é hora
de buscar os materiais de apoio. Sua vida vai ficar muito mais fácil se você
encontrar um livro-texto que te sirva de referência principal. A elaboração de
provas (se for o caso), se tornará mais tranquila. Não se preocupe, você terá
todo o restante da sua carreira para preparar disciplinas baseadas somente em
artigos científicos (quem sabe os seus?).<br />
<br />
<h3>
<span style="font-size: x-large;">2 - </span>Escolha 1 livro (calma, isso é só o começo...)</h3>
<div>
<div class="MsoNormal">
Como fazer isto? A ementa contida no PPC deve conter indicações de bibliografia, <a href="https://querosermestra.blogspot.com/2020/04/o-plano-de-ensino-parte-i-o-que-e.html" target="_blank">como mencionei antes</a>. Mas neste ponto, penso que são particularmente úteis as
recomendações de colegas professores que já possam ter passado pela cadeira. Dessa
forma, você também garante que a sua disciplina se mantenha dentro do padrão
esperado (teoria institucional em ação).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Procure na internet e/ou na biblioteca da sua instituição os
títulos indicados. Peça emprestado. Folheie o índice, veja os exemplos, leia um
trecho do primeiro capítulo.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas um livro só? Sim, um livro como referência principal
para a disciplina (dica de professora experiente, de quem tenho a sorte de ser amiga). Não se preocupe -você pode (e deve) complementar com artigos
(científicos, de negócio, etc), capítulos de outros livros, filmes, séries,
documentários, etc. <i>Mas estas são preocupações para depois</i>. Por ora, lembre-se
de que você provavelmente vai ler muito mais do que o material que indica para
os alunos. Então, vai com calma na indicação principal – escolha 1 livro. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se você gostou de mais de um livro, ótimo! Pode utilizar um deles como referência complementar. Se a disciplina exige dois ou mais, também não há problema. Só não exagera. Você está apenas começando.<br />
<b><br /></b>
<br />
<h3>
<b>Se tiver tempo...</b></h3>
</div>
<div style="mso-element: comment-list;">
<div style="mso-element: comment;">
<div class="msocomtxt" id="_com_1" language="JavaScript">
<h3>
<b><a name='more'></a></b></h3>
<div>
<div class="MsoNormal">
Estude pelos livros indicados, antes do início das aulas. Lembra
da maldição do conhecimento, que mencionei antes? Ter que estudar pelos livros,
tal qual seus alunos o farão (oremos!) te dará um melhor entendimento das
dificuldades e/ou armadilhas do conteúdo. Se você sentir que a explicação do
autor é difícil de entender, é altamente provável que os seus alunos sentirão o
mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq">
(você pode até começar a questionar por que certos livros
são tão recomendados – não entendo, por exemplo, porque a edição de 2008 do
livro Administração Estratégica (Hitt, Ireland e Hoskisson) é tão citada. Se
você estudou por ele <b>E</b> gosta deste livro, peço que me envie um email
explicando esta afeição)</blockquote>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Busque no Google: “nome da sua disciplina” (em inglês) +
“workbook” ou “textbook”. Dessa forma você vai poder analisar como a disciplina
está sendo ministrada em universidades no exterior. É possível que encontre
novos autores e títulos. Ainda que estes materiais não sejam utilizados como
livro principal, são uma ótima fonte para exemplos, atividades extras e provas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Faça um passeio na seção da biblioteca relacionada à sua
disciplina – talvez venha a encontrar títulos interessantes, que ficaram
esquecidos.<b><o:p></o:p></b></div>
<b></b></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-88262665672779074792020-04-29T12:05:00.001-03:002020-04-29T12:17:51.419-03:00O plano de ensino - parte I (o que é a disciplina?)O trabalho de criar um plano de ensino envolve uma série de decisões. <span style="font-size: medium;"><b>Um bom ponto de partida é começar definindo o quê você abordar em sala de aula</b></span>. Se você está pouco familiarizado com a disciplina,
inicialmente vai precisar entender do que ela se trata (*). <a href="https://querosermestra.blogspot.com/2020/04/sou-professora-universitaria-iniciante.html" target="_blank">No mundo ideal, isto não aconteceria, como já comentei aqui</a>. Mas já que não vivemos no mundo ideal, eu sigo aqui escrevendo...<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Pode ser que você venha a descobrir que a sua disciplina é bastante flexível (acontece com frequência em disciplinas optativas), te permitindo trazer para a sala de aula tudo o que você já adquiriu como bagagem em outras experiências acadêmicas e/ou profissionais. Ou talvez perceba que se trata de uma disciplina obrigatória com uma bagagem teórica pesada a ser trabalhada, que vai te exigir horas e horas de leitura.</div>
<div>
</div>
<br />
Suas dificuldades vão variar muito conforme o cenário que tiver. Aqui tento ter em mente o “pior” cenário possível.<br />
<div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Ah, caso você já tenha familiaridade com a disciplina, ainda assim te recomendaria dar uma olhada nas dicas, em especial se você estiver utilizando a sua experiência na graduação como referência. Você pode se surpreender ao descobrir o que a disciplina X ou Y deveria ter sido.<br />
<br />
<h3>
<span style="font-size: x-large;">1 - </span>Entenda o que é abordado na disciplina (e o que não é)</h3>
Minha primeira dica é <b>consultar o Projeto Pedagógico de
Curso (PPC)</b>. Todo curso de graduação tem um projeto pedagógico, normalmente
disponível no site da instituição. Neste projeto são definidas as diretrizes do
curso, inclusive as ementas de cada disciplina. Idealmente a ementa traz uma lista
com os principais tópicos abordados, assim como bibliografia recomendada e
complementar.<br />
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Procure o PPC do curso onde você irá lecionar e localize a
sua disciplina. Com um pouco de sorte, você encontrará um bom ponto de partida
para entender o que se espera que seja ensinado. Em tese, tudo o que está lá
faz parte da disciplina. Tudo que não está, não faz parte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Conheço quem não faça isso, seja por discordar do que está
definido no PPC, seja por já possuir materiais já prontos para a disciplina,
etc. É claro que <b>o PPC não é uma camisa de força</b> – o docente tem autonomia em
sua atividade. Como professora iniciante esta consulta foi importante para mim
porque pude perceber o que a instituição tinha definido como exigência para a
disciplina – em última instância, esta exigência seria um parâmetro para minha
avaliação. Então, achei válido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Além disso, pouco depois do início do semestre, recebi
alguns processos de alunos que solicitavam dispensa da disciplina porque já a tinham
cursado em outra instituição. Como estava familiarizada com aquilo que a minha
instituição exigia, era mais fácil avaliar se a dispensa poderia ser aplicada ou
não.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Outra dica, além do PPC, é <b>acionar a sua rede de contatos</b>, e
perguntar se alguém é/foi professor desta cadeira. É pouco provável que você vá
ensinar uma disciplina que ninguém ensinou antes. Colegas podem te ajudar não
só a entender do que se trata a disciplina, mas também podem indicar livros e
artigos interessantes, assim como fornecer planos de ensino que eles já elaboraram.
Dicas de colegas também são especialmente úteis quanto à forma de avaliação –
pergunte: “Você fez prova? Sugeriu algum projeto?”. Se houver disponibilidade,
tente conversar com a/o profissional que lecionava a disciplina antes – mas não
se sinta obrigado a fazer o mesmo que vinha sendo feito, especialmente se a/o
docente tiver muita experiência na área. <b><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h3>
Se tiver
tempo...<a name='more'></a></h3>
<div class="MsoNormal">
Um outro ponto interessante do PPC é entender como a sua
disciplina está enquadrada no curso – no 1º ou no último semestre? É
obrigatória ou eletiva? O que os alunos já deveriam saber ao chegar a este
ponto? A disciplina fornecerá bases para outras?<br />
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Como professores iniciantes, estamos um pouco em pânico,
pensando como é que vamos dar conta de tudo isto (escrevo estas linhas e sinto
o mesmo tremor no corpo que sentia na altura). Porém, passado este pânico,
vamos começar a enxergar o sistema de que fazemos parte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://www.blogger.com/null"><br /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Lembra da sua graduação, quando vez por outra havia uma
disciplina que era praticamente uma cópia da disciplina anterior? Ou quando
você iniciava um novo semestre e o professor ficava frustrado porque vocês já
deviam ter dado conteúdo A ou B e ninguém da turma tinha ouvido falar? A
causa disto pode estar num PPC malfeito ou desatualizado, assim como em<span class="MsoCommentReference"><span style="font-size: 8.0pt; line-height: 107%;"> </span></span>profissionais
que desenvolveram o seu trabalho sem considerar o todo.</div>
</div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-57019692344664431132020-04-29T11:40:00.004-03:002020-04-29T11:42:50.904-03:00O plano de ensino - introduçãoRecebidas as disciplinas, a sua missão antes do início das
aulas é preparar os planos de ensino de cada uma delas. Pode ser assustador, eu sei. Talvez você
fique sem saber por onde começar, ainda que tenha cursado Didática e feito
estágio docência. Novamente, NÃO ENTRE EM PÂNICO.<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Compreenda que esta será sua rotina - a cada semestre, você
irá construir planos de ensino. Quando você tiver a oportunidade de lecionar as mesmas disciplinas, terá apenas
que modificar o plano já existente. Modificar muito ou pouco, ficará a seu critério (na maior parte das vezes).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por outro lado, se você é novata/o (ou recebeu uma nova
disciplina), terá que construir um plano de ensino original. Provavelmente você
fez um plano de aula durante o seu processo seletivo – agora você tem que fazer
o planejamento do semestre inteiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><b>Aceite que você tem bastante trabalho pela frente</b></span> – ter um
plano pronto significa que você conseguiu definir o que vai ser abordado em
cada dia de aula pelos próximos 4 meses, planejou como conciliar feriados com o
programa da disciplina, escolheu a forma de avaliação dos alunos, decidiu o ritmo
e a profundidade em que os conteúdos serão trabalhados. Não é pouca coisa. Mas
não é o fim do mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dividi a criação do plano em etapas, de acordo com a
experiência que tive. Em cada etapa deixei uma seção “Se tiver tempo”. Sinta-se
à vontade para ignorar esta seção se você estiver com o prazo apertado, como eu
estava. Este é apenas o início da sua carreira – sempre poderá fazer melhor no
próximo semestre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sugestões e críticas são mais do que bem-vindas =)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Agora, como diria Jack, vamos por partes.</div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-16511139723262233632020-04-28T19:52:00.001-03:002020-04-28T20:06:43.620-03:00Sou professora universitária iniciante - e agora, José??<br />
Você se tornou professor/a de Ensino Superior. Vai dar aulas na Faculdade X ou na Universidade Y. Parabéns!!! Espero que você esteja muito feliz com esta conquista.<br />
<br />
E então você fica sabendo as disciplinas que irá ministrar. Agora é real. Começa a fase de preparação para o início do semestre.<br />
<br />
Há quem se prepare por meses (#sonho). No meu caso, foram aproximadamente 4 dias entre a confirmação das disciplinas que lecionaria e o início das aulas. Embora esta não seja a situação ideal, está longe de ser uma exceção – não é raro um docente ter que assumir turmas até mesmo no meio do semestre devido a algum imprevisto.<br />
<br />
<b>Se você recebeu disciplinas das quais só tem uma compreensão superficial e este é o seu primeiro semestre como docente, deixa eu te dar um abraço virtual</b> – estive exatamente nesta situação no início de 2018(*). Esta nova série de posts, <a href="https://querosermestra.blogspot.com/2020/04/sobre-desfechos-academicos-ou-como.html" target="_blank">que mencionei aqui</a>, são um resumo do que aprendi após três semestres de docência. É fruto de erros, acertos, reflexões, conselhos de gente amiga. É o que eu queria ter lido naqueles 4 dias.<br />
<br />
<a href="https://querosermestra.blogspot.com/2014/03/anpad-licoes-aprendidas-introducao.html" target="_blank">(Caso esteja procurando a série sobre ANPAD, clique)</a><br />
<br />
É claro que nem todos os que começam na docência passam por grandes dificuldades. Seu volume de trabalho e os seus desafios vão variar muito conforme o cenário que tiver – espero que o seu seja o melhor possível. Aqui, porém, escrevo tendo em mente o cenário que eu tive – disciplinas obrigatórias com as quais eu não tinha muita familiaridade, carga teórica considerável, turmas grandes, professores anteriores com muita experiência.<br />
<br />
Antes de mais nada: <b>NÃO ENTRE EM PÂNICO</b>. #guiadomochileirodasgalaxias<br />
<br />
Respire. Você foi selecionada(o). Você é capaz.<br />
<br />
Como qualquer professor experiente vai te dizer (não eu, porque eu sou só pós-iniciante), você tem autonomia para fazer o seu trabalho - ou algum grau de autonomia, ao menos. Existe flexibilidade para fazer adaptações conforme necessário. Se é a primeira vez que você vai ensinar determinada disciplina, o mais provável é que você venha a se familiarizar com os assuntos ao longo do semestre – é irreal pensar que você vai dominar todo o conteúdo antes.<br />
<br />
No mundo ideal nós nos tornaríamos professores apenas daquilo que estudamos e/ou investigamos na pós-graduação (mestrado/doutorado). Porém, esta não é a realidade de muitos professores substitutos nem daqueles que trabalham em instituições privadas.<br />
<br />
Felizmente, nem tudo é desvantagem. <b>Ensinar algo que você eventualmente não domina significa que você não sofrerá da maldição do conhecimento.</b> <a href="https://www.nytimes.com/2018/08/25/opinion/sunday/college-professors-experts-advice.html" target="_blank">Nas palavras da psicóloga Sian Beilock</a>, a maldição do conhecimento significa que "à medida que você melhora cada vez mais no que faz, sua capacidade de comunicar seu entendimento ou de ajudar outras pessoas a aprender essa habilidade geralmente fica cada vez pior" . Assim, talvez você possa proporcionar um ensino melhor do que um expert no assunto. A maldição do conhecimento é também a razão pela qual escrevo esta série agora, e não aqui a uma década.<br />
<br />
Se você tiver recebido disciplinas que estão diretamente relacionadas à sua área de formação/investigação, fique grato - e atento. Neste contexto, talvez seu grande desafio seja decidir qual é a melhor forma de conduzir a disciplina com alunos de graduação. Por favor, não seja como um professor de Algoritmo que tive na graduação, que resmungou no meio de uma aula para a turma toda ouvir: “a pessoa faz um pós-doc pra ensinar a fazer ‘if’”. Não seja essa pessoa.<br />
<br />
Seja qual for a sua relação com as disciplinas que recebeu, a grande tarefa a ser executada antes do início das aulas é a construção do plano de ensino. Ele será o assunto do próximo post.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
__________________________</div>
<div>
<br />
<div class="MsoNormal">
(*) Se você já é um docente com experiência, peço que deixe sua
contribuição para este material =) <o:p></o:p></div>
</div>
<div>
<span msonormal="" style="font-family: inherit;">
<o:p></o:p></span></div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-82640336085289889732020-04-27T11:54:00.000-03:002020-04-27T12:45:31.731-03:00Sobre desfechos acadêmicos (ou como passei de doutoranda para ex-doutoranda)<hr />
<b>Se prepara que vem textão.</b><br />
<hr />
<br />
Para quem está chegando aqui agora, este blog nasceu em 2013. Na época eu estava começando a me preparar para a seleção do mestrado em Administração (UFPE). Depois de fazer o teste ANPAD e conseguir uma nota boa, <a href="https://querosermestra.blogspot.com/2014/03/anpad-licoes-aprendidas-introducao.html" target="_blank">eu decidi escrever sobre a preparação que fiz</a>.<br />
<br />
Compartilhei os posts num grupo de que participava no Facebook, <a href="https://www.facebook.com/institutointegralfp/" target="_blank">o Instituto Integral</a>. E aí a minha história começou a mudar. Conheci gente que é amiga até hoje, conheci uma professora que me orientou durante toda a seleção e a quem tenho eterna gratidão, troquei ideias com pessoas de todo o país. Tive a felicidade e a honra de ver gente brilhante me agradecendo por ter ajudado em sua trajetória até chegar à academia. Gente, EU é que agradeço por tudo de bom que veio para minha vida depois destes textos!<br />
<br />
Este blog conta com mais de 100.000 visualizações. É altamente provável que nada do que eu escreva ou produza na vida acadêmica vá ser tão visto assim. Fico feliz que posts escritos numa manhã ensolarada de domingo tenham sido úteis para tantas pessoas.<br />
<br />
Depois de ter conseguido entrar no mestrado, fiquei bem menos assídua no blog. <a href="https://querosermestra.blogspot.com/2015/07/voce-faz-so-mestrado.html" target="_blank">Como expliquei aqui, ninguém faz "só" mestrado</a>.<br />
<br />
Em 2016 eu decidi emendar o doutorado. Fiz isto porque estava apaixonadíssima pela vida acadêmica e queria seguir sem parar?<br />
Não.<br />
Fiz isso porque era o caminho menos incerto entre aqueles que se apresentavam para mim. Enquanto fazia o pré-projeto de tese para a seleção, me frustrava pela dificuldade em produzi-lo. Eu me questionava - "se não consigo ter ideia de tese, o que raios irei fazer num doutorado?!". Mas fiz a seleção, passei.<br />
<br />
Nos meses que se seguiram descobri a sociologia organizacional (e me apaixonei). Lembrei a jovem de 19 anos que eu fui e que sonhava em fazer Ciência Sociais na USP como segunda graduação. Entendi o papel da teoria na ciência social. Virei bolsista num projeto de pesquisa em parceria com o mercado e pude conhecer o que é viver entre mundos. Virei professora e vivi um pouco da dor e da delícia que é desejar contribuir para a formação dos estudantes. Tive (várias) crises de choro, motivadas principalmente pela frustração em ser tão pouco em comparação ao que eu deveria ser, ao que eu gostaria de ser. Enxerguei a nossa posição de subalternos acadêmicos, enquanto nordestinos, enquanto brasileiros, enquanto sul-americanos. Vislumbrei como seria o futuro que me esperava e o quão distante ele era do que eu almejava. Não vi mais sentido em continuar.<br />
<br />
Na minha cabeça havia várias questões que eu não conseguia responder: "por que você está fazendo este doutorado? Qual será a relevância disto? Para quem você está trabalhando, a quem está servindo, ao quê está se submetendo - e para quê? Onde você vai chegar com isto? Que futuro te espera?".<br />
<br />
No fim das contas, o sentimento era o mesmo que tinha na época da graduação - um conflito entre o que eu estudava e as questões que mexiam comigo. Já em 2005 escrevia sobre este conflito:<br />
<blockquote class="tr_bq">
"Sou alguém que gosta de pessoas. Que precisa de desafios intelectuais, que gosta de se sentir inteligente também. Mas que é capaz de ficar horas em profunda tristeza por ver uma criança com uma roupa esfarrapada trabalhando, enquanto adultos em jaquetas jeans tiritam de frio. Fica triste por não ajudar. Por ver passar por seus olhos tantas teorias, princípios e preceitos. Por não ver como estes princípios ajudam pessoas. Pessoas MESMO. Não apenas funcionários e clientes de uma organização. Não a diretoria de uma empresa. Não você mesmo. Mas alguém que precisa de conhecimento e amor mais do que você de dinheiro."</blockquote>
Eu não conseguia ver como trazer estas questões para o doutorado que estava em curso.<br />
<br />
Além disso, havia a questão da saúde mental. Só meses depois é que pude me dar conta do quão mal tinha estado. Explico: fui uma criança ansiosa. Levou tempo até perceber que aquilo que eu entendia como "meu jeito", de fato não era. O mesmo valendo para depressão. Ambas as condições foram intensificadas pela forma como levei a vida acadêmica.<br />
<br />
Para utilizar uma metáfora, minha forma de levar os estudos até então poderia ser comparada com um corrida de 100 metros rasos. Há treinamento, há esforço e então há aqueles 10 segundos em que você vai aos seus limites (e além). Depois, há descanso...e tempos depois mais uma nova rodada de grande esforço. Para o ANPAD, por exemplo, fiz uma preparação intensiva de pouco mais de 3 meses.<br />
<br />
A questão é que o mestrado e, em especial, o doutorado, são uma maratona. E eu quis levá-los com a intensidade de quem corre um sprint de 100 metros. Eu queria dar o meu melhor. Só que o "melhor" que eu estava acostumada a dar era ir ao meu limite (e além). Tudo bem fazer isto durante algumas semanas, alguns meses. Mas fazer isto por anos cobra um preço.<br />
<br />
Então, no início de 2019 eu vim a Portugal passar férias com meu então noivo (hoje marido). Tinha um objetivo: decidir os rumos para os próximos tempos. Pesados prós e contras, em fins de fevereiro/2019 decidi que o melhor era abandonar o doutorado. A pá de cal era o fato de que, dado o conceito do curso, eu teria que passar por um processo caro e sem garantias, se quisesse ter o diploma reconhecido na Europa.<br />
<br />
Assim, passei de doutoranda a ex-doutoranda.<br />
<br />
Dias depois de comunicar minha decisão ao meu orientador, lembro de dizer a uma amiga: "Os dias não doem mais". Aos poucos a sensação de estar me arrastando foi diminuindo. Ainda mantive a matrícula porque poderia mudar de ideia. Agora, oficializado o meu desligamento, sinto que foi o melhor. Pouco mais de 1 ano depois, eu começo a me sentir bem de novo.<br />
<br />
Para quem está na vida acadêmica, este texto não é para dizer a você que desista. Eu jamais diria isso. Este foi o meu caminho até agora. Continuo apaixonada por aprender, investigar, compartilhar. Mas no meio do caminho eu não me conseguia me enxergar obtendo um doutorado onde estava, da forma como estava.<br />
<br />
Não me arrependo de ter feito o mestrado - sou uma pessoa melhor por causa dele. Não me arrependo de ter começado o doutorado - trouxe oportunidades inestimáveis, estimulou reflexões e um nível de autoconhecimento que não teria de outra forma. Da mesma forma, não me arrependo de ter largado - o meu ser agradece.<br />
<br />
Se eu fosse dar uma dica, a partir de toda essa história que contei, seria: não perca de vista sua estrela. Não perca de vista o seu propósito. Respeite os seus limites. Se você sempre foi uma pessoa esforçada em seus estudos, não ache que por estar no mestrado ou no doutorado você tem que fazer o triplo de sacrifício. Ao pensar desta forma, sendo alguém que já tem o hábito de se dedicar, é muito provável que você esgote todas as suas reservas de energia. Que deixe de dar atenção ao que você come. Que passe a dormir mal. Que negligencie as pessoas que você ama. Que se esqueça de quem você é e o que te trouxe até aqui.<br />
<br />
Quando estamos esgotados, somos pessoas piores, temos ideias pobres, fazemos pesquisas medíocres. Não acho que isto seja bom para ninguém. Fica a dica.<br />
<br />
Faz agora 9 meses que me afastei da academia (ainda dei aulas até agosto/2019). Nesse meio tempo, casei, mudei de país. Já vi séries, já li livros. Fiz umas aulas de desenho. Dancei horas na sala. Fiz terapia. Escrevi bastante. Comecei num novo emprego (saudades da proteção da bolha acadêmica). Ainda não sei o que farei nos próximos tempos. Mas se for relevante, volto aqui pra contar.<br />
<br />
Tenho planos de fazer posts para ajudar professores iniciantes. Tenho muitos materiais das disciplinas que ministrei e não queria que eles ficassem esquecidos aqui no HD do notebook. É provável que nos próximos dias saiam mais textos. Mas sem pressão. Já deu de pressão.Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-23025116904124061092017-07-01T17:34:00.002-03:002017-07-01T17:37:40.800-03:00Sobre as incertezas da vida acadêmicaOs últimos meses não foram fáceis.<br />
<br />
Estou trabalhando num projeto de pesquisa maravilhoso, mas que é bem diferente da minha área. As aulas do doutorado me fazem desejar ter três encarnações para conseguir estudar tudo o que quero/preciso. Meu relacionamento está no modo distância desde agosto do ano passado. Depois de 2 anos morando fora, sinto os vínculos com muita gente querida se afrouxando. E não sei o que vai acontecer daqui pra frente. A gente nunca sabe, é claro. Mas a vida acadêmica me parece um pouco mais incerta do que as outras.<br />
<br />
Vive-se à espera de um edital. Que pode ser em qualquer lugar do país (do mundo?). Para trabalhar em qualquer lugar. Para qualquer sub-área. Um artigo que cai por acaso nas suas mãos pode mudar completamente sua visão de mundo, sua perspectiva de pesquisa. Um livro pode virar seus planos de vida de cabeça para baixo. Uma aula pode tirar toda a graça do tema que até então era a menina dos seus olhos.<br />
<br />
Para quem lida com ansiedade desde que se entende como gente, como eu, isso é bastante assustador. Adoraríamos controlar, prever, saber. Mas não dá.<br />
<br />
Comentei com algumas amigas há uns dias que às vezes eu me pergunto onde estava com a cabeça quando resolvi bagunçar a minha vida. Porque é essa a sensação que eu tenho: que tudo estava nos trilhos e aí eu decidi seguir por atalhos e mais atalhos, que me fizeram caminhar bastante e ver coisas lindas e diferentes, mas que também me tiraram todos os pontos de referência que eu já conhecia.<br />
<br />
Para quem está na mesma situação, fica aí um lindo desenho by The Latest Kate.<br />
Colando na parede em 3...2...<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUCZtlX4wbGoRS_T32bvkLk_w-QUbG5CWgZdHv9cfv7EvRaE628NVITss1-GtxRVP5v0nVjQ33wOmd-8ylE40r6BL_BtsgeEN3dUsg1DpAq2J7wcOBEq5un18f_ytpGU9kSgbHzynjKhI/s1600/587fa4dd1700009f0a92aca6.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUCZtlX4wbGoRS_T32bvkLk_w-QUbG5CWgZdHv9cfv7EvRaE628NVITss1-GtxRVP5v0nVjQ33wOmd-8ylE40r6BL_BtsgeEN3dUsg1DpAq2J7wcOBEq5un18f_ytpGU9kSgbHzynjKhI/s320/587fa4dd1700009f0a92aca6.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<span><i>*Tradução: tudo é assustador e você se sente vulnerável, mas isso não significa que tudo vai dar errado. Sentimentos de ansiedade normalmente não são indicativos (confiáveis) da realidade.</i></span><br />
<br />Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-79179239734114474532017-04-18T15:10:00.001-03:002017-04-18T15:10:42.610-03:00Objetividade do cientista social e do cientista naturalFaz tempo que ouço pessoas da área de Exatas dizerem coisas como: "eu sou objetivo", "gosto de fazer pesquisa objetiva". A ideia subjacente é que quem faz pesquisa nas Ciências Sociais se baseia apenas em opiniões, percepções, visões pessoais, etc.<br />
<br />
E aí, lendo esse trecho de Popper, em "A lógica das Ciências Sociais", p. 22, eu tenho vontade de sair cantando...<br />
<br />
<i>"É um erro admitir que a objetividade de uma ciência dependa da objetividade do cientista. E é um erro acreditar que a atitude do cientista natural é mais objetiva do que a do cientista social. O cientista natural é tão partidário quanto as outras pessoas, e a não ser que pertença aos poucos que estão, constantemente, produzindo novas ideias, ele está, infelizmente muito inclinado, em geral, a favorecer suas ideias preferidas de um modo parcial e unilateral. Vários dos físicos contemporâneos de maior projeção têm fundado, também, escolas que estabelecem uma resistência poderosa a novas ideias"</i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
<i><br /></i>Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-3226178326593925732017-02-12T02:24:00.001-03:002017-02-12T02:24:24.115-03:00Por uma ciência mais transparentePense bem.<br />
Se você quer ser um grande pesquisador, que caminhos pode seguir? Como deve escolher seus temas, seus companheiros de pesquisa, seu métodos? Quais são os erros que você vai cometer, inevitavelmente? Quais serão as barreiras do processo científico?<br />
Você sabe?<br />
Eu também não.<br />
<br />
E, infelizmente, os trabalhos acadêmicos parecem nos contar muito pouco. Quando lemos um artigo sobre a construção de um novo algoritmo, o vislumbre de uma conexão entre dois aspectos ou uma nova percepção sobre um problema, sabemos pouco sobre a trajetória que levou o pesquisador até ali. Constrói-se a impressão de que todo aquele trabalho já apareceu pronto, como que fruto da inspiração divina. O que está longe da verdade, na imensa maioria dos casos.<br />
<br />
Penso que todo trabalho deveria ter um capítulo que descrevesse a trajetória de sua construção: os erros, os acertos, os problemas enfrentados, as escolhas, os dilemas. Não somente uma seção que apresentasse a metodologia utilizada, mas algo que deixasse transparecer todo o esforço envolvido na elaboração daquele estudo. E se você acha que a trajetória de uma pesquisa quantitativa é linear, sinto dizer que a realidade parece ser bem diferente.<br />
<br />
É claro que algo assim tomaria espaço, por vezes tão escasso nos formatos comuns de artigos acadêmicos. Que o colocássemos, então, em nossas teses e dissertações, pelo menos. E que lutássemos para que houvesse uma categoria de publicação chamada "trajetória de pesquisa" ou algo assim.<br />
<br />
Todos nós erramos na condução de nossos trabalhos. Todos nós elaboramos hipóteses que se provam falhas, aplicamos métodos que não trazem os resultados que esperamos, conduzimos experimentos que não foram bem elaborados. Em vez de manter silêncio e guardar segredos nos laboratórios e salas de pesquisa, porque não se expor? Porque não fornecer esse depoimento encorajador para os demais, dizendo que "sim, é difícil, sim, eu errei...mas consegui chegar até aqui"? Porque não dizer que o rei está nu?<br />
<br />
É claro que é empolgante e inspirador ler um trabalho brilhante. Mas ainda mais inspirador seria conhecer todo o processo que deu origem ao trabalho, com erros, desvios e acertos. Conhecer a humanidade por trás daquele trabalho. Não só o caminho, a história bonita em que tudo funciona e A leva até B. E sim, aquela história completa, autobiográfica, incerta e tortuosa. Isso não diminui (ou não deveria diminuir) o mérito do trabalho.<br />
<br />
No momento em que não deixamos registros de nossa jornada até chegar ao resultado final do trabalho, estamos dificultando o caminho para aqueles que vêm depois de nós. Estamos fazendo nosso trabalho parecer perfeito e inatingível. E então, vamos ensinar tal postura e exigir de outros a mesma falta de transparência que apresentamos. E vamos rechaçar quem apresentar tal sinceridade.<br />
<br />
Lembro de um episódio de trabalho em que eu falei numa reunião que não estava conseguindo completar determinada tarefa. Fui olhada com desagrado e pena por pessoas de outros departamentos, que então desfilaram intermináveis conselhos do que eu deveria fazer. Nenhum deles me parecia aplicável...e saí da reunião me sentindo frustrada e incompetente. Qual não foi minha surpresa quando um colega me chamou de lado e me disse, como quem conta um grande segredo, que ninguém estava fazendo aquilo, mas que burlavam o sistema para fazer parecer que estavam. Eu, sem querer, havia quebrado o pacto de silêncio.<br />
<br />
Sinto que mantemos esse pacto diariamente nas bancas, comissões julgadoras, orientações e aulas pela ciência afora. Mostramos o lado "limpo" da nossa pesquisa para o mundo. E acho que isso tem que mudar.Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-30678481155767663402017-02-02T00:10:00.002-03:002017-02-02T00:22:39.749-03:00Exemplo de pesquisa qualitativa (entrevista e análise)<a href="https://querosermestra.blogspot.com.br/2017/02/o-que-e-entrevista-qualitativa-e-o-que.html" target="_blank">No post anterior eu dei um exemplo de como <b>não </b>fazer entrevista qualitativa.</a><br />
<br />
E como seria uma entrevista qualitativa de verdade?<br />
<br />
Bom...entrevistas qualitativas costumam ser longas. Quanto mais a pessoa fala, melhor. Por isso, devem ser evitadas perguntas que possam ser respondidas só com "sim" e "não".<br />
<br />
Para exemplificar, criei um trecho fictício de entrevista, baseada no <a href="http://querosermestra.blogspot.com.br/2017/02/o-que-e-entrevista-qualitativa-e-o-que.html" target="_blank">exemplo 1, do post anterior.</a><br />
<br />
<hr />
Problema de pesquisa: <b>Como a TI contribui para os microempreendedores?</b><br />
Entrevistada: <b>Dona Maria</b><br />
<br />
[...]<br />
- "Dona Maria, como surgiu essa ideia de implantar esse sistema?"<br />
<b>- "Ah, minha filha, a ideia de botar esse sistema aqui foi do meu filho. Ele tá fazendo um curso de computador e chegou dizendo que se botasse ia melhorar. Aí eu botei. Quando chegou, foi ele mesmo que instalou e botou pra funcionar. Aí no começo eu tava meio teimosa, não queria usar...mas aí ele foi me ensinando e eu aprendi. Aí hoje todo pedido que a gente faz a gente bota aí no sistema"</b><br />
<b><br /></b>
- "Se ele não estivesse por aqui, a senhora teria colocado o sistema?"<br />
<b>- "Ah, não tinha não! Não tinha não porque eu não sabia mexer...fora que se fosse pra chamar outra pessoa, eu ia ter que pagar e aqui é desse jeito que você tá vendo: assando e comendo..."</b><br />
<b><br /></b>
- "Entendo...Hoje a senhora consegue imaginar isso aqui sem esse sistema?"<br />
<b>- "Consigo, minha filha. Mas com ele é melhor, né? Porque no fim do mês eu já tenho tudo certinho pro contador...porque antes era uma trabalheira...eu tinha que ficar inventando até, porque eu não achava as coisas..."</b><br />
<b><br /></b>
- "A senhora vê outras vantagens, além dessa?"<br />
<b>- "Ah, também é bom que eu sei o quanto deu pra apurar no mês"</b><br />
<b><br /></b>
- "E como isso lhe ajuda?"<br />
<b>- "Ah, minha filha, você sabe, né?...É que as conta é tudo misturada, daqui e de casa...aí, sabendo quanto deu aqui, sei quanto dá pra fazer de feira"</b><br />
[...]<br />
<br />
<hr />
<br />
E aí?<br />
Consegue ver como a TI ajuda o microempreendedor?<br />
<br />
A gente poderia extrair 475293 coisas dessa entrevista:<br />
- a necessidade de ter alguém externo que dê a ideia de adotar a TI, já que o microempreendedor nem sempre tem essa visão<br />
- a questão dos custos da TI, que podem ser impeditivos para o microempreendedor<br />
- a questão da universalização do ensino superior: e se o filho da D. Maria não tivesse estudando?<br />
...<br />
<br />
E por aí vai.<br />
Por isso que a gente precisa de uma pergunta de pesquisa: pra guiar a análise. Senão a gente passa a vida toda "futucando" aí...Nada impediria que a gente explorasse outros aspectos, mas para começar, vamos ficar só na questão de pesquisa.<br />
<br />
A d. Maria fala:<br />
<br />
"<i>no fim do mês eu já tenho tudo certinho pro contador...porque antes [do sistema] era uma trabalheira...eu tinha que ficar inventando até, porque eu não achava as coisas...</i>"<br />
Eu não sei pra vocês...pra mim, olhando por alto, parece que a TI ajuda no cumprimento das obrigações legais.<br />
<br />
E não é só isso:<br />
<br />
"<i>as conta é tudo misturada, daqui e de casa...aí, sabendo quanto deu aqui, sei quanto dá pra fazer de feira</i>"<br />
Ou seja...ajuda na gestão financeira da empresa, o que também ajuda no orçamento familiar, já que nesse contexto, as coisas costumam estar misturadas.<br />
<br />
Então, nessa análise eu já <i>teria</i> duas respostas para a pergunta de pesquisa:<br />
<ul>
<li>Cumprimento de obrigações legais: A TI ajuda o MEI a cumprir as obrigações legais, e até reduz a incidência de erros e fraudes involuntárias na prestação de contas ("<b>eu tinha que ficar inventando até")</b></li>
<li>Controle Financeiro: a TI ajuda a melhorar o controle financeiro da empresa e por conseguinte, o controle financeiro familiar.</li>
</ul>
<br />
Eu também poderia detalhar essa questão da TI e indicar o tipo de sistema ao qual ela se referiu. Aí no fim, eu poderia associar o tipo de tecnologia às respectivas contribuições.<br />
<br />
Por que eu disse "teria duas respostas"? Porque nos desenhos de pesquisa qualitativos que envolvem várias pessoas (caso mais comum, como é o exemplo 1) os resultados de pesquisa normalmente são aquelas questões mencionadas por várias pessoas. Mesmo quando só há um sujeito investigado, é recomendado o uso de outras fontes para dar mais solidez aos resultados da pesquisa.<br />
Assim, se os próximos entrevistados também falarem essas coisas, vai se consolidando um resultado de pesquisa.<br />
<br />
E aí? Partiu pesquisa?<br />
<br />
---<br />
<br />
Em tempo: sou iniciante na pesquisa qualitativa, leitora ávida de Merriam e Patton. Se eu falei besteira ou se tem algum paradigma em que nada disso aí vale, me conta. =D<br />
<br />Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-80054089299542177172017-02-02T00:03:00.001-03:002017-02-02T00:20:20.797-03:00O que é entrevista qualitativa e o que não éFazer pesquisa qualitativa em alguns ambientes é um desafio. Embora sua importância já seja ponto pacífico nas ciências humanas, quem vive entre os dois mundos (como eu), às vezes passa apuro para explicar que o que está fazendo é pesquisa científica sim.<br />
Mas eu entendo o preconceito que vejo por aí: tem muita pesquisa qualitativa com problemas.<br />
<br />
Exemplo: a pessoa quer investigar como a TI contribui para o microempreendedor. Aí o que faz? Um monte de entrevistas perguntando coisas como: "na sua opinião (<i>porque é quali, oras! Tudo é na visão da pessoa</i> #ironia), qual é a contribuição da TI para o seu negócio?". Aí seleciona as respostas que mais apareceram, vai lá e escreve os resultados. E põe lá que "realizou um estudo qualitativo".<br />
<br />
Desculpa. Isso é jornalismo. Não é pesquisa qualitativa. (na minha opinião...mua ha ha).<br />
<br />
Até onde aprendi, para responder à pergunta "como a TI contribui para o empreendedor" de modo qualitativo eu poderia fazer alguma das opções a seguir:<br />
<ol>
<li>Entrevistar microempreendedores. Primeiro faria perguntas para identificar o que há de TI na organização. Depois perguntar de onde veio a ideia de adotar a tecnologia, como foi a implantação, como ele usa aquilo. Depois perguntar, p. ex, se a pessoa consegue imaginar a empresa sem aquilo.</li>
<li>Primeiro observar uma microempresa funcionando e identificar que tarefas envolvem TI. Depois pedir que as pessoas me falassem daquelas tarefas, pra que eu entendesse a importância delas para o negócio. E aí fazer a conexão TI-Negócio.</li>
<li>Acompanhar uma organização que está adotando um sistema até que ele entrasse em operação, para indicar como ela mudou.</li>
<li>(insira seu desenho de pesquisa favorito aqui).</li>
</ol>
<div>
Em todo caso, no processo de análise dos dados, eu iria buscando as conexões entre a TI, as razões para adotá-la e como as coisas mudaram depois que ela chegou. E jamais perguntar o que é que a galera "acha" que é.</div>
<br />
Nunca viu uma entrevista nem uma análise qualitativa de perto?<br />
<br />
Se aperreia não:<a href="https://querosermestra.blogspot.com.br/2017/02/exemplo-de-pesquisa-qualitativa.html" target="_blank"> no próximo post eu mostro um exemplo, baseado na opção 1</a>. Vamos fazer algo como análise de conteúdo. Mas tem váaaarios tipo de análise qualitativa. Por enquanto só captei a ideia dessa...rss....Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-46860647430195321292017-01-30T01:25:00.003-03:002017-02-01T21:49:30.430-03:00Está escrevendo a dissertação? Normalmente eu escrevo posts pensando naqueles que estão interessados em entrar no mestrado ou que ingressaram há pouco tempo.<br />
<br />
Neste eu quero falar com você, companheira ou companheiro de jornada, que está vivendo o processo de escrita da dissertação.<br />
Eu também estou na reta final: nas próximas 2 semanas, no máximo, o trabalho tem que estar pronto para avaliação.<br />
<br />
Mas você sabe, como hoje eu sei, que o processo de escrita é muito mais longo do que parece. Provavelmente você já lê sobre o tema há meses, já fez revisão de literatura, já viveu idas e vindas em relação aos objetivos da pesquisa, à metodologia, etc.<br />
<br />
E aí, quando a gente se depara com as páginas em branco, parece impossível traduzir toda a vivência para a palavra escrita.<br />
<br />
<b>É quando a gente trava.</b><br />
<br />
Uma dica preciosa já nos foi dada pela Dory, anos atrás:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgk5IyEOEa4b8R_bSRw7kz1QwQqk8K3do4cOiTLsaH2tnEOU_3rgoa8LM7o5cgK6cSF5_JZkjzRBhUkIHcK30xIiSULVOcEfPRlEc9S2h9yHQDsmCueO5LsJbyfh0l86VZLmU9kB-gv9S4/s1600/dory.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgk5IyEOEa4b8R_bSRw7kz1QwQqk8K3do4cOiTLsaH2tnEOU_3rgoa8LM7o5cgK6cSF5_JZkjzRBhUkIHcK30xIiSULVOcEfPRlEc9S2h9yHQDsmCueO5LsJbyfh0l86VZLmU9kB-gv9S4/s320/dory.png" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Continue a nadar.<br />
É só isso.<br />
Empacou numa seção? Parte pra outra.<br />
Tá difícil explicar um conceito? Vai lá formatar uma tabela.<br />
Está inseguro na análise? Repassa as referências.<br />
Você vai conseguir.<br />
Eu vou conseguir.<br />
É só continuar nadando.<br />
<b>Em vez de dizer "vou escrever x páginas hoje", diga "vou trabalhar x horas na dissertação". Parece uma bobagem, mas faz toda a diferença.</b><br />
<br />
Ontem eu tive uma sensação muito doida. Vou tentar descrever:<br />
<br />
"<i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Imagina que você tá no fundo de um poço escuro. Você tenta escalar, tenta pular, até faz algum progresso, mas parece que vai demorar um século até você sair dali. Aí, de repente, alguma coisa te puxa até a borda do poço e você, por um instante, tem um vislumbre da superfície. Depois você cai de novo no poço, mas percebe que a distância entre a superfície e onde você está não é tão grande. Você está perto.</span></i>"<br />
<br />
Foi isso que senti ontem, enquanto trabalhava na dissertação.<br />
Desde então não tive mais ataques de ansiedade. Os parágrafos começam a surgir na minha cabeça enquanto lavo a louça, o que é um ótimo sinal. E nesse momento estou inexplicavelmente em paz.<br />
<br />
Quer dizer, não sei se eu chego a ter ataques de ansiedade no sentido estrito do termo (uma desordem psicológica), mas é como eu sinto.<br />
É uma sensação de angústia, impaciência, vontade de desistir, vontade de chorar, tudo junto e misturado. A respiração acelera. Quando fico assim, não consigo ler, não consigo escrever, nada mais faz sentido, o trabalho parece totalmente incoerente e inútil. Não desejo pra ninguém.<br />
Para lidar com isso, muita conversa com gente querida, dias de folga, dança...<br />
E o mantra: "feito é melhor do que perfeito".<br />
<br />
<b>Eles estão me ajudando a continuar a nadar.</b><br />
<b><br /></b>
<b>---</b><br />
<b><br /></b><i>
PS: Estou atrasada com os comentários e emails. Mas respondê-los está no topo da minha "lista de coisas pra fazer entre o depósito e a defesa da dissertação"</i> ;-)Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-38114557633492080552016-11-29T12:33:00.001-03:002016-11-29T12:44:55.333-03:00notas sobre dias ruinsOntem foi um dia pesado.<br />
Antigos sentimentos de falta de pertencimento voltaram à baila com toda a força.<br />
<br />
E hoje de manhã, duas músicas antigas, que eu já não ouvia há 1 década, surgiram das profundezas do inconsciente, como diria Freud.<br />
<br />
Eu poderia falar muitas coisas...mas elas falam por si só.<br />
A vida acadêmica tem muitos dias nublados, também...<br />
<br />
<br />
<b>Creep - Radiohead</b><br />
"<i>But I'm a creep</i><br />
<i>I'm a weirdo</i><br />
<i>What the hell am I doing here?</i><br />
<i>I don't belong here</i><br />
<i><br /></i>
<i>I don't care if it hurts</i><br />
<i>I wanna have control</i>"<br />
<br />
<b>Creed - Don't Stop Dancing</b><br />
<i><span inherit=""><span style="color: #333333;">At times life is wicked and I just can't</span><br style="color: #333333;" />see the light<br style="color: #333333;" />A silver lining sometimes isn't enough<br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">To make some wrongs seem right</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Whatever life brings</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">I've been through everything</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">And now I'm on my knees again</span><br style="color: #333333;" /><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">But I know I must go on</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Although I hurt I must be strong</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Because inside I know that many</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">feel this way</span><br style="color: #333333;" /><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Children don't stop dancing</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Believe you can fly</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Away...away</span><br style="color: #333333;" /><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">At times life's unfair and you know</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">it's plain to see</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Hey God I know I'm just a dot in</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">this world</span><br style="color: #333333;" /><span style="color: #333333;">Have you forgot about me?</span></span></i>Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-62857032926177937192016-11-29T12:24:00.001-03:002016-11-29T12:24:56.314-03:00notas sobre os tempos recentes...<br />
Desde julho/2016, data da última postagem, muita coisa aconteceu.<br />
<br />
Qualifiquei o projeto de dissertação, com a ajuda preciosa de temporadas de Game of Thrones (para desanuviar) e pessoas lindas que tenho o privilégio de chamar de amigos...que me ajudaram com revisão de texto, conversas de apoio e carregamento de bebidas e comida...Não esqueça: a jornada acadêmica tem momentos solitários, é claro. Mas a solidão não é o melhor caminho para chegar lá. Eu quase diria que nem dá para chegar lá sozinha/o.<br />
<br />
Estou na fase de coleta de dados para a dissertação...entrevistando usuários de sistemas para tentar compreender o que traz satisfação para eles. Dizem que é a qualidade do sistema...eu acho que tem mais coisa aí.<br />
<br />
Fiz o estágio-docência. O nervosismo da primeira aula deu lugar a um à vontade...e um desejo de fazer a diferença na vida de cada um que está à sua frente...Otimista, sim...idealista, com certeza. Mas continuo com pensamento de que devemos ter altas aspirações: a vida vai se encarregar de reduzi-las.<br />
<br />
Fui para o EnANPAD. Apresentei um artigo sobre Humor nas redes sociais como estratégia de resistência ao sofrimento no trabalho. Ele nasceu de uma disciplina do mestrado...e tive muito prazer em fazê-lo, mesmo tendo que terminá-lo logo depois da ceia de Natal...rss...No congresso tive o prazer de conhecer pessoas muito especiais, embora tenha ficado evidente que a elite acadêmica é uma elite como qualquer outra. O meio acadêmico é como qualquer outro meio social. Se eu tinha alguma vã ilusão a respeito disso, ela foi reduzida a pó nos 3 dias em Costa do Sauípe.<br />
<br />
Participei da seleção de doutorado do programa onde estou. Saiu o resultado: mais 4 anos de luta...se tudo correr como o planejado, daqui a alguns meses esse endereço vai mudar: de "quero ser mestra" para "quero ser doutora".<br />
<br />
OFF-TOPIC<br />
Fui para uma oficina de dança com a Companhia da Deborah Colker, balé contemporâneo. Mesmo errando toda a coreografia, foi um prazer deixar de lado todas as preocupações acadêmicas por três tardes. Com o auxílio precioso de um relaxante muscular, sobrevivi. Achei minha atividade física! =D<br />
<br />
Tá explicado o sumiço do blog?Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-42693593790085737932016-07-16T04:13:00.000-03:002016-07-16T04:20:21.480-03:00Pré-projeto de mestrado: dicas (parte I)Texto inspirado em perguntas que recebi por email =)<br />
------<br />
<br />
<b>"Por onde começo?"</b><br />
O começo é a escolha de um tema. Você já tem um em mente?<br />
Se sim, você pode avaliar se ele está relacionado a alguma linha de pesquisa e/ou algum professor orientador. Bons projetos podem ser rejeitados se não houver quem se interesse por ele.<br />
Dá para ter uma ideia desta relação olhando o Currículo Lattes dos professores (não se engane pela descrição inicial do perfil: investigue os trabalhos que eles desenvolvem atualmente) e as dissertações/teses que foram defendidas recentemente. Achar algo parecido com a sua ideia é um bom sinal. Parecido, não igual.<br />
<a href="http://querosermestra.blogspot.com.br/2014/10/sobre-curiosidade-e-fontes-alternativas.html" target="_blank">Sobre fontes de inspiração alternativas para ideias de pré-projeto</a><br />
<br />
<b>"Como justificar e demonstrar a relevância do projeto para os avaliadores?"</b><br />
Bem, se você conseguir um tema parecido com aquilo que já é desenvolvido pelo corpo docente, já abre o caminho para esta justificativa: o esforço necessário para convencer a banca sobre a sua relevância é menor.<br />
Dito isto, há alguns professores que defendem que um projeto da área de Administração deve ter relevância teórica e relevância prática. Um projeto tem relevância teórica quando ele se propõe a trazer contribuições relevantes e necessárias para o conhecimento que se tem sobre aquele assunto. É preciso encontrar autores que digam: "há escassez de pesquisa sobre X e é importante pesquisar sobre isto por razões A, B e C". Então você diz que vai falar sobre X, em resposta à necessidade indicada pelos autores Fulano, Beltrano, etc. <b>Evite citar livros-texto da faculdade, como Chiavenato. </b>Dê preferência a artigos científicos.<br />
A relevância prática são os benefícios que aquela pesquisa vai trazer para as organizações (no geral ou um grupo específico). Pode auxiliar a resolver um problema que causa prejuízo? Vai aumentar a satisfação de clientes? A retenção de funcionários? O desenvolvimento de uma comunidade? Etc, etc, etc.<br />
<br />
<br />
<b>"Como montar e fazer a articulação teórica?"</b><br />
Resposta honesta: não sei. Estou aprendendo a fazer isso...kkkkkkkkkkk...<br />
As teorias que você vai utilizar e a articulação entre elas dependem da sua área de estudos, do seu olhar...O mesmo objeto pode ser olhado de <i>n</i> formas diferentes...<br />
É preciso ter cuidado para não misturar alho e maçã: um exemplo maluco - utilizar autores como Boaventura de Sousa Santos, que é um autor bastante crítico do capitalismo, para estruturar um trabalho que vise aumento de lucro de multinacionais.<br />
Mas é difícil saber fazer isso antes do mestrado (e até mesmo depois...ainda estou bem longe da clareza que queria). Uma dica é encontrar trabalhos semelhantes ao que você pretende desenvolver, que tenham sido publicados em bons periódicos/congressos, e seguir as indicações teóricas que eles apresentam.<br />
<br />
------<br />
<br />
Daqui a uns dias, vem a parte II =)<br />
<br />Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-85273445561118926692016-07-16T04:02:00.000-03:002016-07-16T14:57:18.758-03:00Pré-projeto de mestrado: minha história de guerra(Aviso: o texto abaixo foi escrito ao som de Spice Girls. É um texto sério. Mas não é muito sério. Não dá para ser muito sério ao som de "Wannabe").<br />
<br />
----<br />
<br />
O ano vai se aproximando do fim...daqui a pouco começam as seleções de mestrado/doutorado. Em todo o país, aspirantes à vida acadêmica organizam pilhas de documentos, revisam o Lattes e se vêem às voltas com as páginas do pré-projeto.<br />
<br />
Para quem não tem experiência com a escrita acadêmica, esta pode ser a parte mais aterrorizante. Eu fiz parte deste time: só fiz um TCC na especialização, e um relatório de trabalho na graduação. Ou seja...<br />
Objetivos específicos? Objetivo Geral? Articulação teórica? What?!<br />
<br />
E, para piorar, eu já comecei com altas aspirações: em vez de me inspirar em algum trabalho meu anterior para o pré-projeto, eu quis buscar um novo tema, que fosse interessante para mim, para a ciência e para alguém de bom coração que quisesse me orientar (ver <a href="http://querosermestra.blogspot.com/2014/03/projeto-de-pesquisa-fase-nebulosa.html" target="_blank">representação gráfica bonitinha sobre isso aqui</a>). <br />
<br />
Uma ótima intenção. Linda, perfeita, super justificada.<br />
<br />
O problema é que as pessoas levam anos para conseguir fazer isso. Basicamente, este é o trabalho de uma doutoranda.<br />
<br />
Obviamente, eu, na época aspirante a mestra, não ia conseguir. Foram semanas de desgaste, horas sem dormir, matutando e matutando...Para, no fim, elaborar um projeto que, nas palavras de um professor da banca, "tinha problemas de aderência, pertinência e contextualização ". Ou seja, só o português se salvava (*).<br />
<br />
E hoje, elaborando o projeto de dissertação MESMO, ele não tem nenhuma relação com aquele pré-projeto do começo. Mas continuo com as mesmas intenções elevadas...rss...<br />
<br />
Ah, Rosa...então você se arrependeu daquele esforço todo?<br />
Hmmm...não. Foi tenso, mas <a href="http://querosermestra.blogspot.com.br/2014/11/estude-o-que-gosta-nao-e-lenda-faz.html" target="_blank">no fim do processo da escrita eu estava até feliz</a>...E acabou sendo uma <b>preparação para a minha rotina atual.</b><br />
Porém, há caminhos menos tortuosos: ampliar trabalhos que você já fez pode ser uma boa opção =)<br />
<br />
(*) Em tempo: <a href="http://querosermestra.blogspot.com.br/2014/10/achei-ativismo-digital-e-cyberfeminismo.html" target="_blank">como falei aqui</a>, meu pré-projeto de dissertação em 2014 queria abordar a relação entre o ativismo digital e o ativismo tradicional (na vida "real"), ou seja, a tecnologia como elemento desencadeador de transformações sociais (na época eu não falava assim bonito..rss...). Eu precisava de uma causa específica, porque o ativismo digital é um tema amplo...escolhi o feminismo. De lá para cá, houve uma série de iniciativas sobre este tema: virou notícia e TT mundial. Ou seja, o tema em si tinha "caldo". Mas não para um contexto que estuda tecnologia em empresas. Fica a dica: pertinência é tudo! =D<br />
<br />Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-58881557392853274842016-07-16T03:11:00.000-03:002016-07-16T03:29:29.272-03:00Artigo aprovado no ENANPAD!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAvUTQ-PgF7k9oiW5C3rYgA0WCx1KFUuRC9eZ-prsV-3tZBWGd79X2btheMW0NCHcPwnJKCoENTEhjOK30j8cb78L0WCwiG52bf9QGtxxzhipPTwhTAch6baN3a6F1NJqqdlERVUC5Osk/s1600/artigo+aceito.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAvUTQ-PgF7k9oiW5C3rYgA0WCx1KFUuRC9eZ-prsV-3tZBWGd79X2btheMW0NCHcPwnJKCoENTEhjOK30j8cb78L0WCwiG52bf9QGtxxzhipPTwhTAch6baN3a6F1NJqqdlERVUC5Osk/s1600/artigo+aceito.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Eu vejo essa imagem e penso três coisas:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
"Uhuuuuu!!! Alguém achou que o artigo tava legal!!! Meu primeiro ENANPAD!!! Tchau Síndrome do Impostor!!!"</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
"Vou conhecer a Costa do Sauípe!!! =D"<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
"O congresso é caro ou é a bolsa que é pequena??!?!?!? =( "<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Pense numa felicidade agridoce...rss...</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
E segue a vida acadêmica! =D</div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-3566276584736571332016-06-26T22:43:00.002-03:002016-06-26T22:43:29.527-03:00A importância das pausas na vida acadêmicaVem aí um feriado.<br />
E você está cheio de coisas para fazer: é texto para ler, texto para revisar, texto para escrever...<br />
<br />
E agora, José? Aproveitar o feriado ou abraçar as tarefas?<br />
<br />
Depende.<br />
<br />
Só digo uma coisa: quando nossa produção está emperrada, as palavras não fluem e as ideias não se conectam, uma pausa pode ser a salvação da lavoura.<br />
<br />
Qualquer que seja sua escolha, tente se concentrar: se for curtir, esqueça o trabalho. Se for trabalhar, não fique imaginando a diversão. Senão, nem o mel nem a cabaça.<br />
<br />
Isto, posto...<br />
<br />
O São João de Caruaru é amor! =)<br />
E as pessoas de lá, especialmente! =DRosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-70556477684928169902016-06-23T13:38:00.002-03:002016-06-28T20:02:14.563-03:00Como ler artigos científicos em inglêsAviso: se você é um leitor fluente em inglês, este post não é para você.<br />
Este post é para quem arranha algumas coisas de inglês, até curte umas músicas estrangeiras, mas entra em pânico quando o desafio é ler um artigo acadêmico inteiro (14 páginas!!! <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">=O</span> ) no idioma da rainha.<br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">-------</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
A maior parte da literatura acadêmica é em inglês, especialmente na área de Sistemas de Informação. Infelizmente (para nós, brasileiros). <i>But,</i> <i>deal with it</i> (em bom português: aceita que dói menos..rss..). Em algumas áreas de estudo, além do inglês, pode ser relevante ler em francês, alemão, russo, etc. Mas, vamos por partes.<br />
<br />
A primeira estratégia para lidar com um artigo em inglês é recorrer a algum programa tradutor e traduzir o artigo inteiro (colando o texto no Google Translator, por exemplo). Válido? Com certeza! O problema é que a tradução nem sempre é condizente com o texto: já vi gente ter mais trabalho tentando entender a salada traduzida do que teria com o texto original. Além disto, sempre recorrer a tradutores, diretamente, para todo o texto, pode complicar sua vida no momento de um teste de proficiência no idioma, por exemplo, porque você não está familiarizado com a leitura.<br />
<br />
Então, sugiro uma estratégia para te ajudar com os textos em inglês. Não é solução mágica. Mas pode ser um pontapé para o aprendizado.<br />
<br />
<h3>
<b>Passos para ler artigo científico em inglês se você não sabe inglês</b></h3>
<ul>
<li>Crie um novo arquivo de texto para a tradução. Pode ser no word, no caderno, no bloco de notas, num anexo do pdf. Você escolhe;</li>
</ul>
<ul>
<li>Quando começar a ler o artigo, tente entender (traduzindo mesmo, com dicionário, programa, tradutor do Google) o resumo e o título. Se mesmo depois de traduzido não der para captar a ideia geral, não entre em pânico: siga adiante;</li>
</ul>
<ul>
<li>Escreva a tradução do nome das seções que compõem o artigo. Embora os títulos das seções de artigos no Brasil normalmente sigam o padrão "Referencial, Metodologia, blá blá", nos artigos internacionais este título costuma ser significativo: está relacionado ao conteúdo mesmo. Então, fazendo um "índice traduzido" do texto dá pra ter uma ideia do que vem por aí. Quando tem muita leitura pra fazer, só essa ideia às vezes já é suficiente pra contribuir numa aula;</li>
</ul>
<ul>
<li>O mesmo que você fez com o resumo (traduzir e tentar entender), faça nas conclusões;</li>
</ul>
<ul>
<li>Depois, comece a leitura do texto em si, mas de maneira "preguiçosa": a ideia é só criar uma frase (ou poucas frases) para cada título de seção, sem ler tudo. Entendeu o significado do título da seção? Passa para a próxima!</li>
</ul>
<ul>
<li>Se o material tiver esquemas, quadros, tente capturar a ideia geral, lendo o texto um pouco acima ou abaixo deles, e as legendas;</li>
</ul>
<ul>
<li>Finalmente, você volta naquilo que te chamou a atenção (ou que é mais importante no momento) e leia a seção inteira. Daí vá "recheando" mais o esboço que você já tem</li>
</ul>
<br />
A ideia é fazer isso por pedaços: hoje você pode só identificar os títulos, amanhã elaborar as frases para cada seção e daí por diante. A gente cansa mais rápido quando lê em inglês.<br />
<br />
Segue um exemplo de tradução que fiz. Para quem não leu o original, a tradução pode não ficar tão clara, mas para mim, foi o suficiente para compreender o conteúdo geral do texto.<br />
<br />
<hr />
<a href="https://pt.scribd.com/doc/316550320/Traducao-Argote" target="_blank">Tradução "esquematizada" - Linda Argote</a><br />
<b>Artigo original:</b> <span style="font-family: inherit;">ARGOTE, Linda. Organizational learning research: Past, present and future.Management learning</span>, v. 42, n. 4, p. 439-446, 2011.<br />
<hr />
<br />
Em tempo: deve haver trocentas técnicas para leitura em inglês. Inclusive isto que falei aqui pode ser uma técnica com nome e sobrenome. Se sim, me conta! O tempo está bem curto, então pulei esta parte da pesquisa: a sequência que mostrei aqui é a que acabei criando sem querer, depois de muito bater cabeça no começo do 2º semestre do mestrado.<br />
<br />
<br />
E você? Que estratégias usa?<br />
<div>
<br /></div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-28079333113254808622016-06-19T22:08:00.000-03:002016-06-19T22:09:16.619-03:00Sobre a escrita de projeto para qualificação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3QTMgMVdIye7gjhSYmKCLGc2RZ3ngptnZMEjyXR1qIaQfb4KTNn367EDpMfdTUldNOJ59jK8xcpXCWB5hi65tLGMLh0-WJ_IoOqAkU3ZVWXompIgDwh25kbphWkMy2r-HRTmbC6BKGZ4/s1600/gb7jmi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3QTMgMVdIye7gjhSYmKCLGc2RZ3ngptnZMEjyXR1qIaQfb4KTNn367EDpMfdTUldNOJ59jK8xcpXCWB5hi65tLGMLh0-WJ_IoOqAkU3ZVWXompIgDwh25kbphWkMy2r-HRTmbC6BKGZ4/s320/gb7jmi.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<b>Pergunta:</b><br />O que acontece depois de ler sobre <i>e-learning</i>, interpretativismo, aceitação de tecnologia, uso de SI, sucesso em SI, <i>Task Technology Fit , </i>implantação de SI, abordagem sociotécnica, <i>user experience</i>, usabilidade, apropriação de tecnologia e ERP?<br />
<br /><b>Resposta:</b><br />
Você fica morta/o de cansaço.<br />
Mas ainda não tem um projeto de qualificação.<br />
<br />
Kátia, tamo junta!Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-22897264877750320392016-05-07T02:25:00.001-03:002016-05-10T01:10:14.115-03:00Verdades sobre organizações, para profissionais de TI/SI<div>
Estou lendo muitos artigos sobre o papel dos sistemas de informação nas organizações e uma coisa tem me incomodado: os pressupostos que as pessoas ligadas à tecnologia por vezes adotam. Meu palpite é de que estes pressupostos podem atrapalhar bastante (e Orlikowski concorda comigo). Se eu pudesse dizer algo para "geral", seria o seguinte:<br />
<br /></div>
<ul>
<li>Para você a tecnologia é um fim. Para eles, é meio. <i>Deal with it.</i></li>
<li>A tecnologia não resolve nada, não transforma nada, não melhora nada. Pessoas resolvem, pessoas transformam, pessoas melhoram. Para isso elas podem usar (a sua) tecnologia (ou não).</li>
<li>Não é porque a tecnologia está disponível que ela será utilizada.</li>
<li>Usuários que usam o sistema da forma que você acha que eles deveriam usar são milagres a serem estudados. Não são a regra. E isto não é, necessariamente, uma coisa ruim.</li>
<li>Quando um(a) usuário(a) reclamar de algo, ouça: ele(a) pode não se expressar nos termos mais claros, adequados ou compreensíveis, mas por trás daquele emaranhado há uma demanda. Ouça.</li>
<li>Se o seu sistema exigir mudanças na forma de trabalho, é melhor se preparar: as pessoas vão resistir. Garanta que a mudança vai valer a pena. Você também não ficaria exatamente feliz se um dia alguém simplesmente decidisse que você vai ter que migrar os códigos para uma linguagem nova, maravilhosa e obscura que o chefe conheceu no último congresso em São Paulo. Usuários são pessoas comuns, com um trabalho diferente.</li>
</ul>
<div>
<br /></div>
<div>
* Lista será atualizada/modificada conforme inspiração.</div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-65581417648734544302016-05-05T21:38:00.002-03:002016-05-05T21:38:36.431-03:00A volta da que não foi<br />
Pouco mais de 8 meses desde a última postagem no blog.<br />
Não, eu não morri. Não, ainda estou longe do doutorado. Mas também não desisti do mestrado.<br />
<br />
Desistir do mestrado? Eu? Depois de tanto esforço?<br />
Não, eu não faria.<br />
Mas olha, preciso fazer uma confissão: não está sendo fácil.<br />
<br />
O período entre julho e janeiro foi bem pesado para mim: acabei fazendo o inverso da maioria das pessoas, cumprindo mais créditos no segundo semestre do que no primeiro. Dica: só faça isto se as disciplinas realmente valerem a pena.<br />
<br />
A parte positiva é que foram áreas de estudo bem distintas, então eu não sentia tédio. Na mesma semana estudava, por exemplo, um método para pesquisa quantitativa, alguns princípios para desenvolvimento de Sistemas de Apoio à Decisão, a importância das rotinas para a Aprendizagem Organizacional e, para encerrar, o sofrimento no trabalho.<br />
<br />
As atividades finais acabaram consumindo o mês de janeiro: só terminei oficialmente o primeiro ano de mestrado praticamente no Carnaval.<br />
<br />
Depois vieram problemas de saúde na família, problemas de saúde meus, mudança na casa, etc.<br />
<br />
No meio de tudo isto, muita leitura e estudo para identificar um objeto e um problema de pesquisa, uma vez que o pré-projeto da época da seleção não tinha aderência suficiente à linha de pesquisa. Li sobre avaliação de software, sucesso em tecnologia, uso de tecnologia, modelos de aceitação de tecnologia, apropriação...<br />
<br />
E é neste ponto em que me encontro agora. Acho que achei um ponto de partida, ao menos.<br />
Oremos.Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-56982445377301572672015-09-02T15:28:00.000-03:002015-09-02T15:45:04.282-03:00O processo de aprendizagem no mestrado <h4>
<span style="font-family: inherit;"><i>
(ou "Porque você deve começar a aprender sozinhx </i><u><i>AGORA</i></u><i>")</i></span></h4>
<hr />
<br />
Durante a nossa vida escolar ficamos acostumados com um modelo de ensino baseado na figura do professor(a): ele(a) é a figura que domina o conteúdo e nós somos aqueles que devem prestar atenção e aprender. Para potencializar o aprendizado, ele(a) deve usar técnicas que envolvam aqueles estudantes que preferem ler, aqueles que gostam de ver, o grupo da "mão na massa", etc.<br />
<br />
À medida em que avançamos nos anos escolares, vamos ganhando mais responsabilidade. Quem se graduou em faculdades públicas conhece bem o sistema TV ("Te Vira").<br />
<br />
No mestrado vejo a mudança radical. A autonomia deixa de ser uma escolha ou exceção para se tornar obrigação. O professor não é mais aquele que explica todo o conteúdo, a perspectiva histórica, as relações entre conceitos, etc. Ele se torna um mediador de debates, um questionador, um orientador. Você se torna, de fato, o protagonista de seu aprendizado.<br />
<br />
A dinâmica da maioria das disciplinas no mestrado de Humanas é a seguinte (*):<br />
<br />
<ul>
<li>Professor(a) indica leituras da próxima aula (alguns já indicam todas as referências no início do semestre);</li>
</ul>
<ul>
<li>Você lê (e relê) os textos, escreve um resumo dos pontos-chave, relaciona possíveis dúvidas e faz uma avaliação do texto, comparando-o com outros textos da disciplina, outras disciplinas, sua experiência pessoal, etc. Pode (deve?) elaborar questionamentos e críticas ao trabalho em questão, bem como suas aplicações e consequências;</li>
</ul>
<ul>
<li>Você vai para a aula: a turma começa revendo os pontos principais e daí vêm o compartilhamento e o debate de ideias, pontos de vista, autores, conceitos, etc (elaborados individualmente). O professor lança questionamentos, explica pontos obscuros, concilia pontos de vista divergentes, etc;</li>
</ul>
<ul>
<li>A aula termina e são indicadas as leituras da próxima aula.</li>
</ul>
<br />
<br />
Compreendeu o nível de autonomia? E ainda há os seminários, os artigos, etc.<br />
<br />
Você faz o seu aprendizado na disciplina. Ela será tão boa quanto forem as suas próprias leituras e reflexão (não se trata apenas de memorizar).<br />
<br />
Logo, a primeira coisa que um aluno de mestrado deve conseguir é "aprender sozinho". Isto envolve algo que comentei aqui, sobre <a href="http://querosermestra.blogspot.com.br/2014/04/anpad-licoes-aprendidas-conclusao.html" target="_blank">descobrir como você aprende, seu ritmo,</a> etc. Este autoconhecimento vai definir muito do seu desempenho no mundo acadêmico.<br />
<br />
E não é apenas "aprender sozinho". É <b>aprender sozinho através da leitura</b>: embora filmes e documentários (p.ex) possam fazer parte das referências da disciplina, a maior parte do material é composta de livros e artigos. Logo, aprender lendo é um requisito para sobreviver.<br />
<br />
Eu estou me reacostumando com esta dinâmica: ela exige tempo e dedicação, fora de sala de aula. Por isto é tão complicado conciliar mestrado e outra atividade - o tempo nas aulas é apenas uma pequena parcela do todo.<br />
<br />
Então, fica a dica: acostume-se a aprender sozinho, e leia muito.<br />
Ah, e recomendo utilizar alguma ferramenta como o <a href="https://www.mendeley.com/" target="_blank">Mendeley</a>, que te permite criar resumos e comentários dentro dos próprios arquivos .pdf: é ele que está me dando uma força nesse início de 2º semestre.<br />
<br />
-----<br />
<br />
(*) Há exceções: disciplinas que envolvem Matemática e uso de software são algumas delas.<br />
<div>
<br /></div>
Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-11527909346988477592015-07-01T19:40:00.002-03:002015-07-11T12:47:10.120-03:00Você "só" faz mestrado?<br />
E lá se foram 6 meses...<br />
<br />
Quem disse que o mestrado passa rápido está coberto de razão.<br />
Assim que eu entregar o último trabalho vou escrever uma recapitulação desse primeiro semestre. Por enquanto, passo aqui rapidinho para desmistificar uma ideia recorrente sobre quem "faz só mestrado".<br />
<br />
Ninguém faz "só" alguma coisa.<br />
<br />
Quem é "só" dona-de-casa se preocupa com feira, preparo de refeições, organização da casa, decoração, despesas, limpeza, etc, etc, etc. E nem falei de filhos.<br />
<br />
Quem é "só" empregado tem que lidar com atividades diárias, projetos novos, imprevistos, relacionamento com colegas de trabalho e chefes, autoaperfeiçoamento e assim por diante.<br />
<br />
Claro que há aqueles bem menos ocupados do que parecem. E também há aqueles à beira de um colapso por excesso de tarefas. O que quero destacar aqui é que a rotina de que tem responsabilidade com alguma coisa quase nunca é "moleza".<br />
<br />
E qual a rotina de quem "só faz mestrado"?<br />
<br />
Vou falar da minhas atividades neste 1º semestre:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Cursar disciplinas (Prioridade: MÁXIMA): </b>significa estudar o material de referência (livros e artigos), pesquisar materiais extras (e estudá-los), escrever resumos/resenhas/artigos, preparar seminários, organizar trabalhos em grupo. Opções criativas envolvem fazer vídeos e encenar peças. No meu caso, foram horas com Bizagi e modelagem de processos (BPMN). Nota: estudar aqui é muito mais do que ler e memorizar. Exige reflexão, amadurecimento. Numa palavra: TEMPO;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Gerenciar a casa (Prioridade: ALTA): </b>aqui em Recife estou morando sozinha, mas a situação de quem divide a casa não é muito diferente. Parece pouco, mas ter uma casa significa cuidar de feira (fazer lista/ir ao mercado/arrumar as compras), limpeza (varrer/lavar/arrumar), lavanderia (lavar/estender/recolher/dobrar/guardar), etc. Claro que este item é negligenciado quando entra em conflito com "cursar disciplinas". E vira prioridade máxima quando você recebe visitas (ver "relacionamentos"). Ou não;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Cozinhar (Prioridade: MÉDIA):</b> eu me relaciono com fogão e panelas desde meus 12 anos, mas não sou nenhuma virtuose. Cozinhar é importante para economizar (comer fora é caro e o RU* tem sempre filas intermináveis...), para manter a saúde na linha (ganho peso só de olhar para a comida..rss...) e para relaxar (quando você não aguenta ler mais nada é bom trocar de contexto). E já que as refeições também são evento social, dá para reunir pessoas em torno de um bom prato. =)</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Manter/criar relacionamentos (Prioridade: ?!?!?!): </b>este é um ponto delicado para quem muda de cidade. Quem faz mestrado em sua cidade pode nem sentir diferença. Mas aqueles que se afastam ganham "dupla jornada": criar vínculos na nova casa e manter aqueles da antiga. Namoros presenciais se tornam namoros à distância. Nos períodos mais pesados do curso, infelizmente os relacionamentos acabam ficando um pouco de lado. Mas penso que eles valem todo o esforço extra: as grandes coisas na vida e no meio acadêmico vêm dos laços que estabelecemos. O que é uma conquista se não temos com quem comemorar?<br /> No começo desse mês veio para cá uma "caravana" de gente que amo: corri que nem louca para cuidar de tudo, em meio a entrega de trabalhos e prova. Valeu cada segundo! Sem contar nos amigos de turma, que vez por outra se jogam nos pufes infláveis aqui da sala para uma boa conversa =) Ou nos sofás por aí onde passo para tomar um café/vinho/afins...</li>
</ul>
<br />
E cadê a dissertação? E os congressos? E o grupo de pesquisa? E as submissões para periódicos? Para mim serão cenas do próximo semestre! Ou seja, vai ter ainda mais diversão =D<br />
<br />
-------<br />
<br />
* RU: Restaurante Universitário. Comida honesta a R$3,00. Há quem reclame. Eu estou viva e alimentada ;-)Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7647757227926668720.post-34350526350648669042014-12-17T03:43:00.002-03:002014-12-17T03:48:53.653-03:00Livros de metodologia científica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5BQcuWziqKvycC5OFtk_CV9LwrMnk12bzscBOor1DDgfKkwU-yBW2eplPl_MOtwFFgwENXL1PG67801bKuQN6aQA7Bw2r0xmaFbs93ueWA4W3qxcFyYBi3RrQjYLvHg5vahlybdBYGkA/s1600/IMG_20141217_023928477.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5BQcuWziqKvycC5OFtk_CV9LwrMnk12bzscBOor1DDgfKkwU-yBW2eplPl_MOtwFFgwENXL1PG67801bKuQN6aQA7Bw2r0xmaFbs93ueWA4W3qxcFyYBi3RrQjYLvHg5vahlybdBYGkA/s1600/IMG_20141217_023928477.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<br />
A pilha de livros acima é minha.<br />
<br />
Explico: quando comecei a pensar sobre entrar no meio acadêmico decidi que precisava entender o que era ciência, sua importância, como fazer pesquisa, etc. Ou seja, fiquei com a ideia fixa de que tinha que começar estudando metodologia científica.<br />
<br />
Assim, fui comprando um livro e outro, aproveitando algo desse e daquele e hoje fiquei surpresa ao reparar que juntei quase uma dúzia de publicações sobre o assunto. Tenho certeza de que este conjunto ainda vai crescer.<br />
<br />
Para quem se interessa pelo assunto, seguem alguns breves comentários sobre o que já tenho na minha estante (em ordem de aquisição). Já adianto que só li um deles por inteiro e outros ainda nem usei:<br />
<br />
<ul>
<li><b>Metodologia do Trabalho Científico (Antônio Joaquim Severino): </b>foi através dele que conheci a tríade da Universidade - ensino, pesquisa e extensão. Tem uma seção interessante e útil sobre formatação de trabalhos nas normas ABNT;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Ferramentas para o pesquisador iniciante (Jocelyn Létourneau): </b>é um guia de saberes práticos, mas acho que o mérito maior está em abordar aquilo que é incomum em outras obras - indica como analisar um mapa antigo, e como utilizar um documento autobiográfico, por exemplo. O capítulo que li, sobre elaboração de resenhas, foi bastante explicativo - deixou a impressão de que vai ser fácil utilizá-lo;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Metodologia Científica (Lino Rampazzo): </b>pequeno e fino, achei que seria uma boa introdução ao assunto. No entanto, o texto conciso acabou me deixando com mais perguntas do que respostas;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Métodos de Pesquisa em Administração (Donald R. Cooper e Pamela S. Schindler): </b>falei dele no blog quando o comprei. No entanto, mal o utilizei: ainda não estou madura o suficiente para o conteúdo que ele apresenta. Li apenas o capítulo que fala de elaboração de constructos na pesquisa. Pressinto que serei mais amiga dele nos próximos meses;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Como Elaborar Projetos de Pesquisa (Antonio Carlos Gil):</b> para mim, a parte mais interessante foi a seção em que ele explica as diferenças entre um problema científico, de engenharia e de valor. Também traz boas referências acerca de diversos métodos de pesquisa;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Métodos de Pesquisa em Administração (Sylvia Constant Vergara):</b> esta autora é presença constante nos trabalhos de Administração. Comprei por indicação de Fabiana e não me arrependi - nesta obra ela dá as etapas de vários métodos de pesquisa, inclusive sobre alguns bem recentes, como netnografia (ou etnografia digital);</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Projeto de Pesquisa (John W. Creswell): </b>este é um dos livros-texto da disciplina de Metodologia Científica do mestrado da UFPE. É o meu "queridinho". Gosto da forma como o autor consegue deixar a leitura fluida e explicar conceitos de forma clara. Enquanto escritores brasileiros salpicam "epistemologia" por todo o texto sem dar definições precisas, ele opta por utilizar o termo "concepção", ou seja, "um conjunto de crenças básicas que guiam a ação". Ele é defensor da escrita simples (em vez da prolixidade que impera no meio acadêmico), oferece conselhos práticos sobre a escolha do problema de pesquisa e se inspira em escritores literários para dar dicas de como escrever artigos. Fortemente recomendado;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>A Arte de Pesquisar (Miriam Goldenberg): </b>o texto parece um longo diálogo com a autora. Ela fala da história da pesquisa em Ciências Sociais, apresentando a Escola de Chicago e as divergências com as Ciências Naturais, aborda as dificuldades da pesquisa qualitativa e dá algumas orientações aos que estão começando na ciência. É uma leitura densa, mas não chega a ser cansativa (foi este que li por inteiro);</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Pesquisa Qualitativa em Administração (Adriana Roseli Wünsch Takahashi, org.):</b> é uma coletânea de artigos que abrangem desde a história da pesquisa qualitativa até questões de ética do pesquisador, passando por diversos métodos de pesquisa. Até agora explorei a parte I, que fala do surgimento das ciências sociais e os fundamentos da pesquisa qualitativa e o capítulo sobre Etnografia (coincidência: aqui há uma entrevista com um professor do PROPAD, Sérgio Benício). Como é uma coletânea, há capítulos bastante acessíveis para os iniciantes (like me!) e outros ainda obscuros;</li>
</ul>
<ul>
<li><b>Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas (Gilberto de Andrade Martins e Carlos Renato Théophilo): </b>para este se aplica o que falei sobre a obra de Cooper e Schinder - ainda está além do meu conhecimento. No entanto, aparenta trazer boas referências de estatística e formatação de trabalhos científicos.</li>
</ul>
<br />
<br />
Por enquanto, é só. À medida em que for explorando mais, atualizo os comentários =)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Rosamaria Lucenahttp://www.blogger.com/profile/17310017833966000832noreply@blogger.com14