quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Por que mestrado em Administração?

Já me perguntaram mais de uma vez porque quero fazer mestrado em Administração, em vez de continuar na Computação.

Anos atrás, quando comecei a pensar sobre o mestrado surgiram ideias variadas sobre a área. Poderia ser em Computação (óbvio), em Administração (sempre trabalhei na parte comercial/administrativa das empresas), em Ciências Sociais (acho instigante compreender o ser humano, a sociedade, as "grandes questões"), em Filosofia da Ciência (as leituras sobre o conceito e história da Ciência me deixavam - e deixam - empolgada).

Aí escolhi as opções mais óbvias: Administração ou Ciências da Computação (embora ainda queira as outras duas...)

O meu interesse pelo campo da Administração vem da experiência profissional: nunca trabalhei no CPD/TI/etc. Sempre trabalhei na área-fim das empresas, e utilizava a computação como um meio. E então vi na prática que a tecnologia por si só não muda nada: as pessoas é que mudam. Havia sistemas que poderiam ser implantados para facilitar o trabalho, e não o eram por pressões políticas, má-vontade administrativa, miopia gerencial, etc.

Para eliminar as dúvidas, lembro que fui aos sites de alguns programas de pós-graduação em Computação, explorando os temas. Nenhum me fazia ficar empolgada. Na lista de Administração, tudo me dava brilho nos olhos.

Então, decidi: pós-graduação em Administração.

E hoje, por acaso, descubro um texto de Aktouf, que defende a presença de pessoas com formação diferenciada nos programas de Administração:

"(...) eu acredito que os alunos de pós-graduação em administração, os quais vejo como futuros administradores e professores-pesquisadores deveriam ter uma formação de base de administração diferenciada. Deveriam idealmente ter uma formação dentro de outras disciplinas como a filosofia, medicina, matemática ou ainda teologia. Uma pessoa que já tem uma graduação em administração e que quer continuar em uma pós-graduação no mesmo campo não faz outra coisa que correr em círculo, penso eu. Serão, eu acredito, as pessoas vindas de um universo mental muito diferente, o mais afastado possível da administração, as que farão avançar as coisas."

Era o estímulo de que eu precisava hoje.

2 comentários:

  1. Olá Rosa, tudo bem?
    Bom eu estou me preparando para o teste ANPAD e em minhas "andanças" pelo google encontrei seu blog, o qual, tem sido de muita ajuda com suas dicas de estudos, materiais, sites e principalmente relatando suas experiências, só por isso já sou grata. Mas foi lendo esse post que me senti inspirada para lhe escrever pois assim como vc eu tbm "vi na prática que a tecnologia por si só não muda nada: as pessoas é que mudam", eu trabalho na IBM em uma área totalmente técnica, mas qto mais o tempo passa, mais e mais me fascino por essa " miscigenação" social-tecnologica. Tbm quero fazer mestrado em Adm e como vc sou formada na área de TI e tenho especialização em Gestão de Negócios com enfase em TI, mas agora quero "mergulhar" na administração. Ainda estou com milhões de idéias sobre o pre-projeto mas ainda não me decidi sobre o que escrever, alias achei bem interessante seu post sobre "ativismo digital e cyberfeminismo" estou torcendo para que a bancada aceite, pois eu acredito que derá uma excelente tese. Bjos

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    1. Oi, Atmah! =)

      Acho interessante como o convívio na miscigenação social-tecnológica (adorei o termo!) gera reações diversas no pessoal de TI: conheço gente que ficou com desejo de se exilar do mundo e viver apenas com máquinas. Outros se apaixonam pela humanidade e ficam inspirados a entendê-la e transformá-la: muito bom que você esteja nesse time...rss...

      Milhões de ideias são tudo o que você precisa! E nem se preocupe com a diversidade delas: minha orientadora cansou de dizer que eu estava "dispersando", mas acho que é uma experiência válida explorar o máximo até se decidir ou "achar o vestido" =)

      Na verdade, acho que o caminho da pesquisa deveria começar por aí: explorando todas as possibilidades, as curiosidades, as inquietações. E aí descobrir mais sobre si mesma e sobre o mundo. Para mim, o primeiro olhar de um cientista deveria ser para dentro. Só depois se preocupar com os programas, periódicos, orientadores, bolsas, etc.

      Estou agora modelando o pré-projeto...e é interessante ver como as ideias fluem quando se está apaixonado pelo tema. Ainda não tem páginas ou concretude, mas sinto que estou perto.

      Espero sinceramente que a banca o analise com um pouquinho do carinho que tenho por ele...rss...Muito obrigada pela sua torcida!!! =)

      Um grande abraço!
      E apareça por aqui!

      Ah, se quiser add no face, procura por Rosa Lucena (Maceió) =)

      Bom finde!

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