segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Está escrevendo a dissertação?

Normalmente eu escrevo posts pensando naqueles que estão interessados em entrar no mestrado ou que ingressaram há pouco tempo.

Neste eu quero falar com você, companheira ou companheiro de jornada, que está vivendo o processo de escrita da dissertação.
Eu também estou na reta final: nas próximas 2 semanas, no máximo, o trabalho tem que estar pronto para avaliação.

Mas você sabe, como hoje eu sei, que o processo de escrita é muito mais longo do que parece. Provavelmente você já lê sobre o tema há meses, já fez revisão de literatura, já viveu idas e vindas em relação aos objetivos da pesquisa, à metodologia, etc.

E aí, quando a gente se depara com as páginas em branco, parece impossível traduzir toda a vivência para a palavra escrita.

É quando a gente trava.

Uma dica preciosa já nos foi dada pela Dory, anos atrás:



Continue a nadar.
É só isso.
Empacou numa seção? Parte pra outra.
Tá difícil explicar um conceito? Vai lá formatar uma tabela.
Está inseguro na análise? Repassa as referências.
Você vai conseguir.
Eu vou conseguir.
É só continuar nadando.
Em vez de dizer "vou escrever x páginas hoje", diga "vou trabalhar x horas na dissertação". Parece uma bobagem, mas faz toda a diferença.

Ontem eu tive uma sensação muito doida. Vou tentar descrever:

"Imagina que você tá no fundo de um poço escuro. Você tenta escalar, tenta pular, até faz algum progresso, mas parece que vai demorar um século até você sair dali. Aí, de repente, alguma coisa te puxa até a borda do poço e você, por um instante, tem um vislumbre da superfície. Depois você cai de novo no poço, mas percebe que a distância entre a superfície e onde você está não é tão grande. Você está perto."

Foi isso que senti ontem, enquanto trabalhava na dissertação.
Desde então não tive mais ataques de ansiedade. Os parágrafos começam a surgir na minha cabeça enquanto lavo a louça, o que é um ótimo sinal. E nesse momento estou inexplicavelmente em paz.

Quer dizer, não sei se eu chego a ter ataques de ansiedade no sentido estrito do termo (uma desordem psicológica), mas é como eu sinto.
É uma sensação de angústia, impaciência, vontade de desistir, vontade de chorar, tudo junto e misturado. A respiração acelera. Quando fico assim, não consigo ler, não consigo escrever, nada mais faz sentido, o trabalho parece totalmente incoerente e inútil. Não desejo pra ninguém.
Para lidar com isso, muita conversa com gente querida, dias de folga, dança...
E o mantra: "feito é melhor do que perfeito".

Eles estão me ajudando a continuar a nadar.

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PS: Estou atrasada com os comentários e emails. Mas respondê-los está no topo da minha "lista de coisas pra fazer entre o depósito e a defesa da dissertação" ;-)